Coreia do Norte volta a lançar míssil. E a falhar

Japão comenta que ensaio é "um acto grave de provocação".

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Kim Jong-un numa visita a uma central eléctrica, em Abril KCNA/via REUTERS

A Coreia do Norte terá falhado mais um teste de um míssil balístico – o quarto lançamento malsucedido desde Abril.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa de Seul, que não adiantou detalhes. Mas os media sul-coreanos adiantam tratar-se de um míssil de médio alcance do tipo Musudan.

O teste viola uma vez mais as resoluções das Nações Unidas, que proíbem a Coreia do Norte de desenvolver tecnologia balística. Em Abril, Pyongyang fez três tentativas de lançamento do Musudan, tendo todas falhado.

O ensaio terá sido realizado esta terça-feira às 5h20 (21h20 de segunda-feira em Lisboa), perto da cidade portuária de Wonsan, na costa oriental, precisou Seul. “Pensamos que resultou num falhanço”, declarou Jeon Ha-Gyu, porta-voz do estado-maior das Forças Armadas, citado pela AFP. “Estamos ainda a analisar porque e como ele falhou, e neste momento não podemos dar mais detalhes”, adiantou. “Mantemos um dispositivo de defesa sólido para fazer face a potenciais provocações do Norte”.

O míssil Musudan tem um alcance de entre 2500 e 4000 quilómetros, podendo atingir a Coreia do Sul e o Japão, e também, no alcance máximo, as bases militares americanas na ilha de Guam. Foram apresentados numa parada militar em Pyongyang em 2010, mas até agora nenhum dos seus disparos foi bem-sucedido.

“Os repetidos lançamentos norte-coreanos de mísseis balísticos são actos graves de provocação contra a comunidade internacional e contra o Japão”, reagiu numa conferência de imprensa o chefe da diplomacia nipónica, Fumio Kishida. “Não podemos aceitá-los de forma nenhuma”.

Também a China, o mais forte aliado da Coreia do Norte e o seu principal doador, mas crítico do programa nuclear, não terá recebido com bons olhos este novo teste. O disparo ocorreu a poucas horas de Ri Su-young, um alto responsável norte-coreano, chegar a Pequim para conversações com o Governo, adiantou a agência Kyodo. Ri foi ministro dos Negócios Estrangeiros até se tornar membro do Politburo, e é um confidente do líder, Kim Jong-un.

Esta será a primeira visita desde o Congresso do Partido dos Trabalhadores no início do mês – o primeiro em 36 anos. Ri estará a viajar com uma grande delegação, supostamente para dar conta ao regime chinês dos desenvolvimentos desse encontro, de forma a fortalecer os laços com a China, adianta a BBC.

No congresso, Kim Jong-un falou num diálogo militar com o vizinho do Sul – que Seul considerou pouco sincero. No mesmo discurso, o líder norte-coreano garantiu que o programa de armamento nuclear era para continuar. 

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