Coreia do Norte promete resposta “impiedosa” a comédia sobre tentativa de assassinato de Kim Jong-un

Filme norte-americano The Interview ainda não estreou mas já provocou ameaças de Pyongyang.

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Para o regime norte-coreano, o filme é uma “imprudente insanidade provocatória dos EUA”, feita por “gangsters” REUTERS/Xinhua/Yao Dawei

O filme de comédia norte-americano The Interview, de Evan Goldberg, ainda não estreou mas já está a causar polémica e ameaças extremadas. Em Outubro chega às salas de cinema dos Estados Unidos, mas a Coreia do Norte garante que tudo fará para que isso não aconteça. E deixa a ameaça: haverá uma resposta “resoluta e impiedosa” caso The Interview chegue a ser visto pelo público. O problema? No filme o líder norte-coreano Kim Jong-un é alvo de uma tentativa de assassinato, um autêntico “acto de guerra”, segundo Pyongyang.

A história de The Interview é simples. Dois jornalistas, autênticas celebridades, interpretados por Seth Rogen e James Franco, conseguem uma entrevista exclusiva com Kim Jong-un. Assim que a CIA descobre que haverá um encontro com o líder norte-coreano, tenta recrutar os dois repórteres para o assassinarem. Kim, interpretado pelo actor Randall Park, surge como um homem com excesso de peso e viciado em cigarros.

Durante o filme são prometidas aventuras, falhas de comunicação, sátira e paranóias, típicas de uma comédia tradicional norte-americana com um toque político. A Coreia do Norte é considerado o “país mais perigoso no mundo”.

Pyongyang não cita directamente o nome do filme do realizador Evan Goldberg, mas a dureza das palavras atribuídas a um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros, segundo a agência noticiosa oficial do país (KCNA), revelam que são dirigidas ao filme onde Kim Jong-un é retratado, com estreia prevista nos EUA a 14 de Outubro.

Para já, só está disponível o trailer do filme no Youtube. Não se sabe se terá sido através de pequenos excertos de The Interview que a Coreia do Norte concluiu que o filme é uma “imprudente insanidade provocatória dos EUA”, feito por “gangsters”.

Segundo o responsável norte-coreano ouvido pela KCNA, “o acto de realizar e lançar um filme como este, que retrata um ataque ao nosso líder, é o mais devasso terror e um acto de guerra, e é absolutamente intolerável". “Se a administração dos EUA permitir e defender a exibição do filme, uma medida defensiva impiedosa será desencadeada”, ameaçou.

O actor Seth Rogen, co-autor do argumento para The Interview, falou ao Yahoo Movies e explicou que a ideia para o filme partiu da questão sobre como seria possível a jornalistas com acesso a líderes mundiais assassinarem-nos.

"Lemos tanto quanto possível sobre o que estava disponível sobre o assunto", contou Rogen. "Conversámos com pessoas do governo, cujo trabalho está associado à Coreia do Norte, ou são especialistas no assunto." Na sua conta no Twitter, o actor chegou mesmo a ironizar: "As pessoas não costumam querer matar-me por um dos meus filmes, até depois de terem pago 12 dólares para o verem".

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