Coreia do Norte diz que Miller queria ser detido para dar a conhecer as condições de vida nas prisões

O norte-americano de 24 anos foi condenado a seis anos de trabalhos forçados.

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AFP

O norte-americano de 24 anos que foi condenado a seis anos de trabalhos forçados na Coreia do Norte fez de propósito para ser detido. Quem o diz é a agência oficial de notícias do país, segundo a qual Matthew Miller pretendia dar a conhecer as condições de vida nas prisões norte-coreanas.

O jovem está detido desde o passado mês de Abril, altura em que foi acusado de “actos hostis” por ter rasgado o seu visto de turista quando entrou no país, pedindo a seguir asilo político. No passado domingo foi condenado a seis anos de trabalhos forçados.

A agência de notícias KCNA vem agora dizer que Miller teve “a ideia idiota de viver a vida de um prisioneiro, para poder inteirar-se da situação ao nível dos direitos humanos dentro da prisão”. “Ele cometeu actos criminosos deliberadamente, com o objectivo de ir para a prisão e de dar a conhecer ao mundo o grau de respeito pelos direitos humanos” nas prisões norte-coreanas, acrescenta aquele órgão de comunicação estatal.

Além de Miller, encontram-se detidos na Coreia do Norte dois outros norte-americanos. Um deles, Jeffrey Fowle, 56 anos, foi preso em Maio depois de ter deixado um exemplar da Bíblia num local público. E o missionário Kenneth Bae, preso em Novembro de 2012, está a cumprir 15 anos de trabalhos forçados, acusado de fazer parte de um plano para derrubar o Governo norte-coreano.

No início de Setembro, os três lançaram um apelo público a Washington, para que enviasse uma alta personalidade ao país, para negociar a sua libertação. Dias depois, os Estados Unidos apelaram à libertação dos prisioneiros.

Segundo a Reuters, antes de ser detido, Matthew Miller passou cerca de dois anos na Coreia do Sul, onde se terá apresentado como Preston Somerset e dito que tinha nacionalidade inglesa.

Algumas das pessoas que o conheceram dizem que Miller não parecia ter amigos, um emprego ou meios de sustento. Durante o tempo que passou em Seul, o norte-americano nascido na Califórnia também não terá revelado qualquer interesse na Coreia do Norte, tendo antes gasto o seu tempo e dinheiro a contratar artistas para trabalharem com ele numa adaptação da obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

 

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