Coreia do Norte ameaça Coreia do Sul com "represálias físicas"

Regime de Pyongyang acentua discurso agressivo. China dá sinais de demarcação: jornal diz que será reduzida ajuda à Coreia do Norte, se for feito novo ensaio nuclear.

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Regime de Kim Jong-un endurece discurso Reuters

A Coreia do Norte ameaçou esta sexta-feira a Coreia do Sul com “represálias físicas”, caso se associe à condenação e ao alargamento de sanções contra o regime de Pyongyang aprovado esta semana pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A ameaça à Coreia do Sul consta de um comunicado do Comité Norte-Coreano para a Reunificação Pacífica da Pátria, divulgado pela agência oficial KCNA: “Se os traidores do regime fantoche da Coreia do Sul participarem nas chamadas ‘sanções' das Nações Unidas, serão feitas severas represálias físicas”, diz.

Mas um dado importante na questão coreana é a posição da China, principal aliado da Coreia do Norte, que, numa rara demarcação, declarou que “não hesitará” em reduzir a sua ajuda, se for concretizado o anúncio feito na quinta-feira por Pyongyang de realização de um novo ensaio nuclear.

A Coreia do Norte anunciou a intenção de fazer em data indeterminada um ensaio nuclear, num assumido desafio aos Estados Unidos, “inimigo jurado”. A acontecer um teste nuclear norte-coreano este seria o terceiro – foram feitos outros dois, em 2006 e 2009.

O anúncio de novo ensaio foi a resposta à aprovação, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, na terça-feira, de uma resolução que condena o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil, ou foguetão, a 12 de Dezembro, e da extensão das sanções que já existiam. “Essas sanções são uma declaração de guerra contra nós”, refere o comunicado do comité para a reunificação.

O Conselho de Segurança declarou-se “determinado a adoptar medidas decisivas”, no caso de as autoridades de Pyongyang concretizarem o ensaio nuclear. Na sequência da resolução, os Estados Unidos adoptaram sanções contra entidades e indivíduos que considera contribuirem para o programa nuclear militar norte-coreano. Dois bancos norte-coreanos com sede Pequim e uma empresa comercial que opera em Hong Kong estão entre os visados.

A ameaça de novo ensaio é “uma provocação inútil” e uma séria violação das Nações Unidas que isolaria ainda mais a Coreia do Norte, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

A China, que procurou que a tomada de posição do Conselho de Segurança fosse apenas uma declaração – mas acabou por votar a resolução – reagiu ao anúncio do eventual ensaio com invulgar impaciência. “Se a Coreia do Norte fizer novos ensaios nucleares, a China não hesitará em reduzir o seu auxílio”, escreveu o jornal Global Times, um jornal do grupo do Diário do Povo, o órgão do Partido Comunista chinês.
 

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