Conservadores do Partido Liberal vencem eleições legislativas no Japão

Shinzo Abe, que fez campanha com um discurso patriótico e de relançamento económico, será o novo primeiro-ministro.

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Resultados serão conhecidos ainda hoje Yuriko Nakao/REUTERS

O Partido Liberal Democrata venceu as eleições legislativas que se realizaram este domingo no Japão. De acordo com os primeiros resultados, que confirmam as sondagens à boca das urnas, foi uma vitória esmagadora que faz regressar ao poder a formação conservadora que governo o país durante 60 anos e fora afastado há três.

Shinzo Abe, o dirigente dos liberais.democratas, será, provavelmente, o futuro primeiro-ministro.

As previsões apontam para que os conservadores consigam 296 dos 480 lugares da câmara baixa do Parlamento, e que o partido aliado, o Novo Komeito, 32. O Partido Democrático, que governa actualmente o Japão, sofre uma pesada derrota elegendo 65 deputados, menos de um terço do que conseguira há três anos.

Crise económica, um confronto latente com a China devido à posse de ilhas no Mar da China, desilusão social e descrença na classe política - foi neste cenário muito cinzendo que as eleições tiveram lugar. Os japoneses castigaram nas urnas o Partido Democrático e voltaram-se para o conservadorismo e para o nacionalismo (para os partidos que propagam a ideia de um Japão mais forte regionalmente e com um ideário mais patriótico).

Surgiram mesmo novos partidos com estas orientações, por exemplo o da Restauração do Japão, fundado (mas não liderado) pelo presidente da câmara de Osaka, Toru Hashimoto, e que tem nas suas fileiras o antigo governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, de 80 anos e conhecido por ser um homem de extrema-direita. Outra formação recém-criada é o Amanhã do Japão , de Yukiko Kada, governadora de Shiga e que proõe o desmantelamento de todas as centrais nucleares no prazo de dez anos e é contra a subida dos impostos.

Abe — que já foi primeiro-ministro, entre Setembro de 2006 e Setembro de 2007 — prometeu reformas económicas que relancem a produção estagnada do Japão e a economia em queda. E quer rever o artigo da Constituição que proibe o país de ter umas verdadeiras Forças Armadas; existe desde o fim da II Guerra Mundial, quando o Japão foi derrotado, uma Força de Autodefesa que o provável próximo primeiro-ministro considra insuficiente para enfrentar os desafios actuais.

"Com políticas monetárias mais fortes e políticas fiscais e de crescimento, vamos defender o yen e dar um impulso ao crecimento económico", disse Abe, citado pela AFP. "Chegou o momento de pôr fim à confusão e à depressão que vivemos há três anos e três meses". Colocou a fasquia lá no alto, os japoneses esperam agora que cumpra o que disse.
 
Este resultado dos liberais-democratas é um prenúncio de uma possível vitória nas eleições para a câmara alta do Parlamento, que se realizam no Verão. A falta de maioria (e de entendimento) nesta ala do órgão legislativo foi um dos factores para a o imobilismo financeiro, económico e social do Japão nos últimso anos, dizem os analistas.
 

 
 


 

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