Hollande reforça contingente no Mali, tropas africanas a caminho

Presidente francês foi Abu Dhabi pedir o apoio de outros países na operação travar os avanços dos islamistas no Mali.

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Com o apoio da aviação francesa, as forças do Mali lançaram na sexta-feira uma ofensiva contra os rebeldes islamistas AFP/ECPAD

O Presidente François Hollande anunciou esta terça-feira em Abu Dhabi que a força francesa enviada para o Mali para ajudar a travar os avanços dos rebeldes islamistas vai ser reforçada para 2500 soldados.

“Neste momento temos 750 homens e esse número vai aumentar ainda, para em seguida darmos o mais rapidamente possível lugar às forças africanas”, afirmou Hollande perante os jornalistas numa visita à base naval onde estão os militares franceses, em Abu Dhabi.

“A França está na primeira linha”, sublinhou o Presidente francês, que foi esta terça-feira  aos Emirados Árabes Unidos numa visita em que procura o apoio de mais alguns países. “Se não tivesse ido teríamos agora um Mali completamente ocupado por terroristas e outros países africanos ameaçados.”

Na véspera, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha apoiado por unanimidade a intervenção francesa no Mali para impedir o avanço dos grupos de rebeldes islamistas que tomaram o Norte do país. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse esperar que a intervenção ajude a devolver ao Mali a “ordem constitucional e a integridade territorial”.

Nos próximos dias, será também enviada uma força da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), confirmou à BBC o general Shehu Abdulkadir, que comanda essa força, depois de uma reunião dos comandantes dos vários países na capital do Mali, Bamako. Só a Nigéria enviará 900 homens, mais 300 do que o inicialmente previsto.

A França decidiu intervir no Mali na sexta-feira passada, por causa dos avanços dos combatentes islamistas que controlam as províncias do Norte em direcção ao Sul, onde fica a capital, Bamako. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, a presença francesa deverá durar apenas algumas semanas.

Também os governos de Londres e de Berlim, na primeira linha do "apoio político" à intervenção militar da França no Mali, se comprometeram com o envio de equipamento ou pessoal de apoio para a missão destinada a travar a expansão dos islamistas. Dos EUA também já vieram ofertas de ajuda, nomeadamente ao nível do transporte e comunicações.

Outros países europeus, entre os quais Portugal, manifestaram o seu apoio à acção militar francesa, mas só a Bélgica e a Dinamarca se comprometeram com meios específicos. A União Europeia aprovou o envio de uma missão de treino para o Mali, cuja partida foi apressada para meados de Fevereiro ou Março.

O ministro francês dos Assuntos Parlamentares, Alain Vidalies, criticou esta terça-feira a falta de mobilização e as “ausências um pouco infelizes” da Europa no Mali. Mas a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, sublinhou a importância de uma “resposta internacional unificada” e anunciou uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus para estudar as “possíveis acções da UE para apoiar o Mali”, que deverá acontecer esta quinta-feira. Também os líderes da  África Ocidental se vão encontrar no sábado para discutir a crise no Mali.

O Norte do país está desde Abril sob o controlo de grupos islamistas e tuaregues, que se aproveitaram do caos que se instalou no país desde o golpe de Estado de Março. Na semana passada, os islamistas do Ansar Dine começaram a avançar em direcção a Sul e tomaram a cidade de Konna, que entretanto foi tomada pelo Exército do Mali, com o apoio das forças francesas.

  
 

 
 
 
 
 

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