Confrontos violentos durante manifestação de sindicatos em Bruxelas

Dezenas de milhares de pessoas participaram no protesto da Confederação Europeia de Sindicatos pela defesa de uma Europa mais social.

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A polícia respondeu aos manifestantes com canhões de água e gás lacrimogéneo ERIC LALMAND/AFP
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A manifestação organizada por estruturas sindicais de 20 países europeus que decorreu nesta sexta-feira em Bruxelas tornou-se violenta nas últimas horas do protesto. Alguns dos milhares de manifestantes envolveram-se em confrontos com a polícia junto ao Parlamento Europeu e à sede da Comissão Europeia.

A manifestação, que teve como objectivo protestar contra as medidas de austeridade anunciadas pelos governos europeus e o desemprego, terá tido a participação de 40 mil pessoas, segundo números da organização, 25.500 de acordo com estimativas da polícia.

Os primeiros momentos do protesto terão sido calmos, com milhares de manifestantes vindos de países como Portugal, França, Polónia, Dinamarca, Espanha ou Grécia a gritar palavras de ordem e a exibir cartazes de contestação sem incidentes, segundo as autoridades, citadas pela Reuters. Os slogans que se puderem ouvir e ler centraram-se na sua maioria no apelo a uma Europa mais social. “Medidas de austeridade = pobreza duradoura”, “Pessoas, não lucro”, foram algumas das frases que preencheram cartazes carregados por manifestantes.

Os confrontos entre alguns manifestantes e a polícia começaram quando um grupo de estivadores de Antuérpia e de Gent assumiram o comando do protesto e começaram a lançar pedras e petardos na direcção das autoridades, nas zonas do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, contam a AFP e a Reuters. Em resposta, a polícia utilizou canhões de água e gás lacrimogéneo para tentar dissuadir os manifestantes.

Pelo menos duas pessoas que protestavam ficaram feridas, bem como um polícia, acrescenta a Reuters.

“A austeridade não funciona”
Apesar dos distúrbios, a secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), estrutra que organizou o protesto, diz que o objectivo da “euro-manifestação” foi passar uma “mensagem que os responsáveis europeus não querem entender”. “A nossa mensagem é que as suas políticas em resposta à crise financeira não são suficientes e têm na realidade agravado a crise social e economia. A nossa mensagem é que a austeridade não funciona”, continuou Bernadette Segol, citada pela AFP.

A sindicalista pediu em nome dos europeus que a “austeridade seja parada e iniciado um grande programa de investimento para o crescimento sustentável e a qualidade do trabalho”.

A UGT esteve em Bruxelas. O secretário-geral da estrutura sindical, Carlos Silva, sublinhou, por sua vez, à Lusa, que é "necessária uma Europa social, que é uma Europa com menos mercados e mais pessoas, e que é uma Europa em que o liberalismo que tem imperado nos últimos três anos tem que efectivamente afastar as medidas de austeridade".

Quanto aos confrontos que ocorreram, Carlos Silva disse que "há sempre uma tentação de alguns companheiros terem posições mais aguerridas”. “Espero que isso não represente para o movimento sindical uma perda perante a opinião pública”, defendeu.

A manifestação acontece em vésperas das eleições para o Parlamento Europeu. Emanuela Bonacina, porta-voz da CES, apelou ao voto dos europeus no próximo dia 25 de Maio mas em “candidatos que alterem o caminho para o qual a Europa se tem dirigido”.

“Uma viragem à esquerda é indispensável”, sustentou, por seu lado, a líder do sindicato socialista belga FGTB, Anne Demelenne, à AFP, apelando ainda a um “plano Marshall” para relançar a economia na União Europeia.

Taxas de Fevereiro indicam que o desemprego na União Europeia chegou aos 10,6%, sendo que entre os que têm menos de 25 anos essa percentagem é de 22,9%. Segundo o Eurostat, em Fevereiro existiam em Portugal 812 mil desempregados. Entre os jovens, o desemprego aumentou de forma ligeira, para 35% da população activa.

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