Confrontos étnicos mataram pelo menos 54 pessoas na Guiné-Conacri

Violência iniciada na noite de domingo levou ao envio de tropas para o sudeste do país.

O governo da Guiné-Conacri enviou tropas para o sudeste do país, na quarta-feira, numa tentativa para controlar três dias de violência étnica que provocaram a morte de pelo menos 54 pessoas.

N’ Zérékoré, a segunda cidade do país, e a região envolvente, próximo da fronteira com a Costa do Marfim e a Libéria, foram abaladas por confrontos entre comunidades rivais desde domingo. O recolher obrigatório foi declarado na cidade.

O minstro Albert Damatang Camara, porta-voz do executivo,citado pela Reuters, disse na quarta-feira à noite que “entre as 131 pessoas atingidas pela violência, 54 morreram”. Acrescentou que cerca de 50 pessoas foram presas e que a calma estava de volta.

A AFP refere também, citando fonte médica, o número de 54 mortos identificados, mas adianta que há corpos por identificar na morgue do hapital central de N’ Zérékoré, a mil quilómetros de Conacri.

A violência começou, segundo a AFP, em Koulé, depois de três jovens de etnia konianké terem sido agredidos e torturados por guardas de uma estação de serviço que os terão tomado por ladrões. Dois deles morreram horas mais tarde devido aos ferimentos, o que deu origem a uma espiral de violência entre as comunidades rivais konianké e guerzé.

Os confrontos alargaram-se a N’ Zérékoré e Beyla, cem quilómetros a norte.

Os guerzé são autóctones , essencialmente cristãos e animistas. Os konianké, predominantemente muçulmanos, são oriundos de outras regiões da Guiné-Conacri e identificados com os mandingo que vivem em países vizinhos. A história de tensões entre os dois grupos é longa.

A Guiné-Conacri tem eleições legislativas marcadas para 24 de Setembro. O escrutínio deverá ser o passo final no caminho de regresso ao poder civil, após um golpe de estado em 2008.

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