Um motorista de autocarro foi morto esta sexta-feira, na Austrália, por um passageiro que entrou na viatura e lhe despejou líquido inflamável, para depois o incendiar. O homem de 48 anos foi detido pela polícia no local do crime, em Brisbane, e está a ser investigado pelo crime de homicídio. De fora está a hipótese de se ter tratado de um ataque terrorista.

De acordo com a BBC, seis dos passageiros foram encaminhados para o hospital por apresentarem sinais de “trauma” e 11 receberam tratamento médico por inalação de fumo e ferimentos ligeiros.

Não são conhecidas as motivações do ataque, mas as autoridades afastam a tese de ataque terrorista. De acordo com o superintendente da polícia local, Jim Keogh, o crime parece ser “aleatório e sem motivo”. A vítima mortal, Manmeet Alisher, um indiano de 29 anos, tinha chegado à empresa há poucos meses. Mas também não há sinais de que este tenha sido um ataque xénofobo, cita o Guardian. 

A mesma fonte policial acrescentou que o fogo foi substancial e que o motorista tinha poucas hipóteses de sobreviver ao ataque. “Faltam-me palavras. É um incidente horrível”, comentou Jim Keogh, que partilha com os restantes passageiros e testemunhas o choque em relação ao crime.

O ataque acontece quatro semanas após o ministro australiano dos Transportes, Stirling Hinchliffe, ter anunciado que iria rever a política de segurança dos motoristas de autocarros, depois de nos últimos seis meses terem sido registados mais de 350 assaltos naquele estado, nota o jornal britânico.

No autocarro encontravam-se vários passageiros, incluindo crianças. As chamas alastraram-se ao resto veículo e foi graças a Aguek Nyok, um taxista que ouviu os gritos dos passageiros no interior, que os ferimentos das vítimas não foram maiores. Enquanto a maioria das pessoas que estava na rua se afastou do autocarro em chamas, temendo o risco de explosão, Aguek Nyok correu em direcção à viatura e investiu sobre a porta traseira do autocarro até que esta cedesse, permitindo a saída dos passageiros.

O ataque ocorreu na capital de Queensland, o mesmo estado australiano em que, também nesta semana, morreram quatro pessoas na sequência de um acidente no parque de diversões Dreamworld.

A câmara de Brisbane anunciou que iria colocar as bandeiras a meia-haste este sábado, em homenagem à vítima.