Comando rebelde sírio promete castigar chefe que tirou vísceras a soldado do regime

"Será punido severamente mesmo que se trate de um membro [da rebelião]", afirma comunicado. ONG diz que número de mortos já ultrapassou os 94 mil.

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Caso de Abu Sakkar afecta imagem da oposição a Assad Reuters

O comando rebelde sírio prometeu, esta quarta-feira, “punir severamente” qualquer pessoa que se prove ter cometido abusos na guerra. É a mais recente reacção à divulgação de um vídeo que mostra um chefe de uma milícia rebelde a tirar as vísceras a um soldado do regime de Bashar al-Assad.

“Qualquer acto contrário aos valores pelos quais o povo sírio derrama o seu sangue […] não vai passar em claro e o culpado será punido severamente mesmo que se trate de um membro [da rebelião]", afirma num comunicado citado pela AFP o comando do estado-maior rebelde.

O chefe de milícia que aparece no vídeo foi identificado pela organização Human Rights Watch como sendo Abu Sakkar, que pertencia à Brigada Omar al-Farouk e criou uma brigada independente. O caso afecta seriamente a imagem dos rebeldes anti-Assad.

Na segunda-feira, perante a urgência de controlar os danos e de manter credibilidade internacional, o Conselho Nacional Sírio, que reúne a oposição política ao Presidente, divulgou um comunicado em que considera o vídeo “um acto contraditório com a moral e a cidadania síria” e frisou que luta “por todos os sírios que desejam a liberdade”. O Exército Livre Sírio, que organiza a oposição armada, fez saber que Sakkar deve ser julgado.

A revolta contra o regime de Bashar al-Assad começou em Março de 2011. A guerra já matou mais de 70 mil pessoas, segundo os dados das Nações Unidas. A organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos do Homem anunciou, porém, na segunda-feira,  que o número é já superior a 94 mil pessoas.

 

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