Justiça italiana confirma pena de 16 anos para comandante do Costa Concordia

Acusado de ser responsável pela morte de 32 pessoas, de abandonar o navio e de naufrágio, Francesco Schettino ainda pode apresentar mais um recurso e não irá, para já, cumprir a pena.

Navio naufragou a 14 de Janeiro de 2012, a dezenas de metros da costa italiana
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Navio naufragou a 14 de Janeiro de 2012, a dezenas de metros da costa italiana FILIPPO MONTEFORTE/AFP
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Francesco Schettino foi condeando a 16 anos de prisão em 2015 ALBERTO PIZZOLI/AFP

A justiça italiana confirmou esta terça-feira a condenação em segunda instância a 16 anos de prisão para o comandante do navio Costa Concordia cujo naufrágio perto da costa de Itália levou à morte de 32 pessoas, em 2012. Este foi o mais grave desastre marítimo das últimas décadas na Europa.

O antigo comandante do navio, Francesco Schettino, ausente na audiência que decorreu no tribunal de Florença, foi condenado a 16 de anos de prisão em Fevereiro de 2015 e aguardava agora a decisão face ao recurso interposto pela defesa. Além disso, o tribunal impôs um período entre quatro meses a cinco anos de suspensão de seu título profissional de capitão. Entre as acusações reunidas no julgamento em primeira instância pelos juízes do tribunal de Grosseto, Toscana, listavam homicídio, abandono do navio e naufrágio, escreve a agência francesa AFP.

O Ministério Público começou por pedir 26 anos de prisão, mas em fase de recurso aumentou o pedido para 27 anos. Os advogados de Schettino responderam com um pedido de absolvição. A sentença acabou por ficar nos 16 anos e um mês, que no entanto não irão já ser cumpridos por ainda existir possibilidade de existir um outro recurso.

A 14 de Janeiro de 2012, o Costa Concordia navegava demasiado perto da costa da ilha toscana de Giglio e embateu num rochedo. Acabou por se afundar a algumas dezenas de metros da ilha, com 4229 pessoas a bordo, 3200 delas turistas. No total morreram 32 pessoas, sendo que dois dos cadáveres nunca foram encontrados. Mais de dois anos depois, em Julho de 2014, o navio de seis anos e com mais de 290 metros de comprimento foi posto novamente a flutuar até ao porto de Génova para ser desmantelado.

Entre os argumentos de defesa de Francesco Schettino, o advogado do antigo comandante apontou uma “culpa compartilhada”, pedindo que fossem “redefinidas as responsabilidades de todos os protagonistas deste caso", e não apenas o seu cliente.

A empresa Costa Cruises, do grupo Carnival, foi condenada em Abril de 2013 a uma multa de um milhão de euros, após um processo de negociação em que havia reconhecido uma responsabilidade administrativa para evitar processo criminal.

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