Cinco raparigas indonésias acusadas de blasfémia por rezarem ao som de Maroon 5

Mistura de One more night e o Corão num vídeo publicado no Youtube levaram à expulsão da escola na ilha de Sulawesi.

Jovens indonésias oram e dançam ao som dos Maroon 5

Cinco raparigas indonésias foram expulsas da escola e acusadas de blasfémia contra a religião depois de um vídeo que gravaram num telemóvel ter ido parar ao Youtube. No vídeo, as jovens aparecem a recitar o Corão, mas a oração é interrompida durante várias vezes para dançarem e cantarem um tema da banda norte-americana Maroon 5. A denúncia partiu da direcção da escola.

Uma das raparigas inicia a oração, acompanhada por outras quatro jovens, e cerca de 22 segundos depois do início do vídeo a prece transforma-se numa coreografia ao som de One more night, dos Maroon 5. Nos cerca de cinco minutos e meio que demora o vídeo publicado no Youtube, as raparigas divertem-se entre a oração e a dança. Segundo o Jakarta Globe, as alunas de uma escola secundária em Tolitoli, na ilha indonésia de Sulawesi, estariam apenas a divertir-se durante um intervalo das aulas.

O vídeo foi gravado no passado dia 9 de Março e as raparigas foram ouvidas cerca de um mês depois, pela primeira vez, pela polícia, depois de a direcção da escola ter denunciado a existência das imagens. Num comunicado enviado na altura aos media indonésios, a escola argumentou que, após ter consultado o Conselho Indonésio dos Ulema e a Frente de Defensores do Islão, ambas estruturas que garantem o cumprimento dos valores do islão, considerou que as suas alunas deveriam ser punidas.

Um mês e meio depois da gravação do vídeo, cuja publicação tem ainda autor desconhecido, foi anunciado que as cinco raparigas foram expulsas da escola, o que as irá impedir de realizar o exame final do seu ano. Segundo o Jakarta Globe, ao não realizarem a prova, que conta 60% para a nota final, as alunas arriscam-se a não concluir o secundário.

A polícia de Tolitoli acrescenta que, além da expulsão, as jovens são acusadas de blasfémia contra o islão com base na legislação indonésia. Por se tratar de menores não vão ficar detidas, mas podem vir a ficar ao cuidado de um centro de detenção juvenil.

O ministro da Educação indonésio, Muhammad Nuh, considera que a escola foi demasiado severa com as suas alunas e que reagiu de “forma desproporcionada” ao vídeo. Citado pelo site noticioso Detik.com, o responsável entende que mesmo que as jovens fiquem num centro de detenção não lhes pode ser negado o direito a realizar o exame nacional.
 
 

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