China investiga 14 chefes militares por corrupção
Acção de combate à corrupção no Exército Popular da Libertação da China visa Comissário-Adjunto e reaviva suspeitas sobre antiga liderança militar.
Quatorze altas-patentes do Exército Popular da China estão a ser alvo de um processo de combate à corrupção levantado pelo Governo de Pequim. A informação, divulgada na manhã desta segunda-feira pela imprensa estatal chinesa, refere uma lista de suspeitos publicada pelo Ministério da Defesa, mas não clarifica se alguns destes elementos estão ainda a ser investigados ou se foram já condenados.
Sabe-se, contudo, que um dos suspeitos é Guo Zhenggang, filho de Guo Boxiong, antigo vice-presidente da Comissão Militar Central - o órgão máximo do exército chinês. Guo, que é ele próprio general e Comissário-Adjunto Militar na região de Zhejiang, a leste do país, é o maior nome na lista divulgada pelo Ministério da Defesa chinês. A imprensa oficial do Estado fala de “violações sérias da lei e ofensas criminais”, termos utilizados normalmente para se referirem a acusações de corrupção.
Mas Guo Boxiong, pai de Zhenggang, está também no centro das atenções. As suspeitas de corrupção que incidiam sobre o ex-alto cargo militar foram reavivadas com as notícias desta segunda-feira sobre a investigação de seu filho. Há vários meses que circulam notícias de que o pai estava também sob suspeitas de corrupção. Este retirou-se há dois anos do cargo de vice-presidente da Comissão Militar Central e era um dos principais aliados de Xu Caihou, também ele ex-vice-presidente da mesma comissão e um dos nomes maiores actualmente preso por corrupção.
De acordo com uma declaração publicada nesta segunda-feira pelo Ministério da Defesa chinês, esta acção serve para provar que o Governo leva a sério os esforços de anti-corrupção levados a cabo pelo desde que o Presidente Xi Jingping assumiu o poder. Citado pela Reuters, o comunicado defende que a política de tolerância zero não é “apenas em nome das aparências” e que o exército “está realmente apostado em lutar contra a corrupção”.
Em dois anos de governo de Xi Jinping foram detidos, demitidos ou colocados em investigação centenas de membros do Partido Comunista Chinês. Num esforço para limpar a imagem do país – mas também para limitar alguma da oposição – foram já detidos mais altos-responsáveis do que no total da década anterior ao actual Governo. Xi Jinping afirma que a luta contra a corrupção atingirá tanto os altos-cargos, ou “os tigres”, como cidadãos comuns.