Cheias provocam acidente de comboio na Índia

Dois comboios descarrilaram e caíram no rio, matando mais de 20 pessoas. Outras 300 foram já resgatadas.

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Cheias deixaram os carris sumbmersos provocando um descarrilamento quase simultâneo de dois comboios AFP

Dois comboios expresso descarrilaram na madrugada desta quarta-feira perto da cidade de Hadra, no Centro da Índia, depois de água das cheias ter deixado os carris de uma pequena ponte submersos.

Morreram pelo menos 24 pessoas e cerca de 100 ficaram feridas, e outras 300 foram resgatadas, segundo as autoridades.

“Estamos a tentar salvar passageiros. O trabalho está a ir a ritmo de guerra. Estamos a verificar todas as carruagens para ver se há passageiros encurralados”, disse o porta-voz militar Anil Saxena.

As 12 carruagens do expresso Kamayani, de Bombaim para Varanasi, descarrilaram por volta da meia-noite a cerca de 950 quilómetros de Nova Deli, e quase ao mesmo tempo descarrilaram também seis carruagens do expresso Janata, que seguia na direcção contrária.

Um passageiro descreveu como algumas carruagens ficaram cheias de água. “Tinha água até aqui”, mostra, apontando para a altura da sua cintura. Outro descreve como a carruagem “se partiu ao meio” deixando “pessoas esmagadas”.

“Este acidente infeliz aconteceu porque as águas subiram rapidamente nos carris e os carris cederam, resultando no descarrilamento das últimas seis carruagens do expresso Kamayani”, disse à emissora britânica BBC o porta-voz da ferrovia, Anil Saksena. “Este comboio descarrilou, e depois simultaneamente na linha vizinha na direcção contrária, vinha outro comboio. Esse também encontrou cheias. Por isso aconteceu quase em simultâneo.” O responsável pela empresa ferroviária AK Mittal disse, pelo seu lado, à Reuters que dez minutos depois as águas já tinham descido de novo e o movimento dos comboios no local manteve-se normal.

As chuvas fortes e tempestades deixaram mais de 100 mortos na Índia nos últimos dias.

No ano passado morreram mais de 25 mil pessoas nos comboios da Índia, que sofrem de décadas de pouco investimento, falta de manutenção, e que andam frequentemente sobrelotados.

“É totalmente inaceitável. É um sintoma de um cancro profundamente enraizado no sistema ferroviário”, disse o antigo ministro dos Comboios Dinesh Trivedi.

O primeiro-ministro, Narendra Modi, aumentou as verbas para melhorias na ferrovia, mas levará anos até que as modernizações sejam feitas.

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