Chegada de refugiados à Alemanha leva a confrontos entre polícia e extrema-direita

Ministros alemães já condenaram as manifestações de teor xenófobo e racista.

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Confrontos entre militantes da extrema-direita com a polícia AFP/ARNO BURGI

Garrafas, pedras e petardos. Terá sido assim que um grupo de extrema-direita recebeu, nas primeiras horas deste sábado, um conjunto de 250 refugiados que chegava em autocarros para se instalar numa casa em Heidenau, perto de Dresden, na Alemanha.

A situação terá entretanto acalmado, neste sábado de manhã, segundo vários relatos de agências noticiosas e outros órgãos de comunicação social alemães. Algumas figuras do Governo já condenaram publicamente os acontecimentos, defendendo que deve haver “tolerância zero com a xenofobia e o racismo” e as centenas de refugiados já terão conseguido instalar-se. Ainda assim, o sucedido fez disparar os alarmes em relação à violência e à xenofobia, numa altura em que a Europa, e neste caso a Alemanha em particular, têm de dar resposta a vários pedidos de asilo.

Segundo a AFP, os confrontos ocorreram na sexta-feira à noite em frente à casa, que seria uma antiga loja de bricolage devoluta há dois anos e com área suficiente para ser preparada para receber os refugiados, em Heidenau, leste da Alemanha.

Os manifestantes de extrema-direita estariam ligados ao Partido Nacional Democrático (NDP) e os desacatos, dos quais terão resultado feridos, aconteceram já no fim da manifestação que, inicialmente, terá decorrido de forma pacífica, embora o objectivo fosse constestar a chegada dos refugiados. Nessa altura, alguns dos manifestantes, muitos dos quais militantes do NPD, proferiram palavras de ordem xenófobas. Mais tarde, terão bloqueado a estrada, atirado garrafas, pedras e petardos, o que terá obrigado a polícia a recorrer a gás lacrimogéneo.

Depois dos confrontos, a situação acalmou e os manifestantes terão dispersado, embora a polícia ainda se mantivesse no local neste sábado de manhã.

Os ministros Michael Roth, com a pasta da Europa, e Heiko Maas, da Justiça, já reagiram. O primeiro, através do Twitter, disse ter “vergonha daqueles racistas em Heidenau”; o segundo defendeu que não se pode, de forma alguma, tolerar ameaças ou ataques a outras pessoas e que deve haver “tolerância zero” em relação à xenofobia e ao racismo.

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