Chef que cozinhou para a cimeira do ambiente multado por infracções ambientais

Marc Veyrat destruiu sete mil metros quadrados de floresta húmida em Manigod, nos Alpes. Tem de pagar cem mil euros e pôr o solo como estava.

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O famoso chef francês Marc Veyrat, que foi um dos cozinheiros na COP21, a cimeira do clima, foi condenado a pagar cem mil euros por ter cometido graves infracções ambientais no seu restaurante nos Alpes.

Conhecido por usar um chapéu savoyard negro, típico da região montanhosa, o cozinheiro foi considerado culpado de ter retirado sete mil metros quadrados de madeira numa zona húmida de dez mil metros quadrados de floresta em Manigod, onde tem um restaurante e uma propriedade.

Marc Veyrat foi um dos chefs escolhidos para conceber os pratos por ocasião da Conferência do Clima das Nações Unidas, que se realizou entre 30 de Novembro e 12 de Dezembro, em Paris.

O tribunal ordenou que a zona deve ser replantada de forma a ficar como estava, ou seja o solo alagado durante mais de seis meses por ano, e permite ao chefe que o processo demore três meses. Para além desse prazo, o famoso cozinheiro terá de pagar uma multa diária de três mil euros. 

Na sessão de 27 de Novembro, a acusação tinha também pedido uma pena de prisão entre quatro e seis meses para Marc Veyrat, mas o juiz decidiu-se apenas pela multa de cem mil euros.

O advogado do chef, Nicolas Ballaloud, considerou que esta sentença "pesada" só foi dada por se tratar "de uma personalidade com a fama do sr. Veyrat". "Vamos reflectir e esperar para conhecermos as motivações do tribunal", disse o advogado. Depois será decidido se vai apresentar recurso.

A justiça acusa o chef de 65 anos de ter realizado, entre 2012 e 2013, numa zona de natureza protegida, trabalhos de preparação para a criação de um parque pedagógico que foram nocivos para o meio ambiente. Segundo as autoridades locais, "a degradação de certas parcelas" de solo é tal que "este se tornou estéril".

Na audiência, Veyrat disse estar "desolado" com tudo o que aconteceu. "Não estou acima da lei. Mas qualquer um se pode enganar, até eu", disse, reconhecendo que cometeu "erros cruciais" mas que o fez "de boa fé".

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