Catedral de Colónia às escuras durante marcha anti-imigração

Deão diz que iniciativa é um desafio aos manifestantes para que "parem e pensem" no protesto em que estão a participar.

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AFP

A catedral de Colónia é um dos monumentos mais conhecidos da Alemanha e na segunda-feira promete encenar uma emblemática denúncia das manifestações anti-imigração que começaram em Dresden e tentam agora estender-se às grandes cidades do país. À hora prevista da marcha em Colónia, as luzes vão apagar-se e deixar na penumbra o edifício gótico.

Com este gesto, “queremos que aqueles que estejam na marcha parem e pensem”, disse à Reuters o deão da catedral, Norbert Feldhoff. “É um desafio para que olhem para aqueles com quem estão a manifestar-se.”

As marchas são organizadas por um grupo baptizado Patriotas europeus contra a islamização do país” (PEGIDA), que nasceu em Outubro e tenta replicar as célebres “manifestações de segunda-feira” contra o regime da ex-RDA até à queda do Muro de Berlim, chegando a apropriar-se do slogan anticomunista “Nós Somos o Povo”.

Em Dezembro, já com o apoio do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), mais de 17 mil pessoas desfilaram em Dresden e nesta segunda-feira está agendada a primeira grande marcha em Colónia.

Um inquérito recente revelou que um em cada oito alemães admite participar nestes protestos, enquanto dois terços considerarem exagerada a ameaça de islamização embandeirada pelos organizadores. No discurso de Ano Novo, a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu aos eleitores para não engrossarem os protestos, afirmando que os organizadores escondem uma agenda “cheia de preceitos e mesmo ódio”. A imigração, acrescentou, é “um ganho para todos nós”.
 

  

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