Brasil vai comprar armamento russo a pensar no Mundial de futebol

Negócio envolve cerca de mil milhões de dólares em sistemas de defesa anti-aérea. Rússia também visita o Peru.

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O ministro russo e o brasileiro encontraram-se esta quarta-feira AFP

O Brasil quer comprar armas à Rússia para melhorar os seus sistemas de defesa durante o Mundial de futebol do próximo ano. O negócio faz parte de uma estratégia de intensificação das relações, na área da defesa, entre Moscovo e a América Latina, de acordo com a imprensa russa.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, iniciou esta terça-feira um périplo pelo Brasil e Peru, com o objectivo de vender armamento àqueles países, num negócio que poderá atingir 1,7 mil milhões de dólares (aproximadamente 1,3 mil milhões de euros), de acordo com a agência RIA Novosti.

A delegação brasileira será liderada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, e pelo Chefe do Estado Maior, general José Carlos Nardi. A presença da Presidente Dilma Roussef ainda está por confirmar.

No Brasil, a delegação russa pretende vender três sistemas antiaéreos Pansir-S1 e dois lança-mísseis Igla, no valor de mil milhões de dólares (cerca de 737 milhões euros). Fontes próximas dos construtores russos, citadas pelo El País, acreditam que as aquisições podem vir a ser úteis para reforçar os esquemas de segurança tendo em vista o Campeonato do Mundo, em Junho, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Segundo o jornal brasileiro Folha de São Paulo, o actual sistema de defesa aérea do país é frágil.

Para além destas vendas, Moscovo irá tentar vender caças Sukhoi-35.Este negócio será motivado pelo desejo do Brasil de suspender um contrato que prevê a compra de caças norte-americanos F-18, no valor de 4 mil milhões de dólares (cerca de 2,9 mil milhões de euros), de acordo com o diário Pravda. A recente polémica envolvendo as escutas à Presidente Dilma Roussef pelos serviços secretos norte-americanos poderá estar na origem da decisão.

A imprensa brasileira explica que a opção está relacionada com o facto de nenhum construtor russo integrar o F-X2, o programa de modernização da Força Aérea Brasileira. O processo envolve, na sua final, três empresas: a francesa Dassault, a norte-americana Boeing e a sueca Saab. “A inclusão dos russos no procedimento só seria possível com o cancelamento da F-X2 e a abertura de uma F-X3, acarretando enorme desgaste diplomático e de credibilidade para o país”, escreve o Estadão.

A operação no Peru irá girar em torno da venda de 110 tanques T-90S e BTR-80A, no valor de 700 milhões de dólares (cerca de 516 milhões de euros).

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