Bersani, o antiespectáculo

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Bersani num comício em Nápoles Alessandro Bianchi/Reuters

Nem Berlusconi, nem Grillo. Pier Luigi Bersani mesmo quando sorri tem um ar mais ou menos sério. Falta-lhe carisma, sobra-lhe um percurso político sólido que começou no comunismo e que se deslocou para o centro-esquerda. Falta-lhe espectáculo, sobra-lhe pragmatismo. Falta-lhe a novidade, sobra-lhe o veteranismo.

Nascido a 29 de Setembro de 1951 em Bettolla, na Emilia Romana, bastião da esquerda no Nordeste de Itália, filho de um mecânico que geria uma estação de serviço, trabalhou ao mesmo tempo que estudava na universidade.

Diplomou-se em Filosofia na Universidade de Bolonha e foi professor durante um curto período  antes de se dedicar completamente à política no então poderoso Partido Comunista Italiano, que iria desaparecer em 1991 com o naufrágio da União Soviética.

Como a maioria dos ex-comunistas, junta-se ao Partido Democrata da Esquerda (PDS) que, em 2007, passa a ser o Partido Democrata (PD), do qual se torna líder em 2009.

Foi conselheiro regional e depois eleito presidente da sua região natal em 1993. Três anos mais tarde é convidado para ser ministro da Indústria no primeiro Governo de Romano Prodi em 1996. Depois será ministro dos Transportes e ministro do Desenvolvimento económico entre 2006 e 2008, antes de Prodi ser derrotado por Silvio Berlusconi.

Nos meios económicos e industriais italianos é apreciado pelo seu liberalismo, tendo promovido uma série de privatizações em sectores tão diferentes como a electricidade ou a venda de medicamentos em supermercados.

Durante a campanha disse que era necessário conservar “o rigor e credibilidade”, impostos pelo anterior primeiro-ministro Mario Monti, mas também disse que o desenvolvimento económico de Itália deve ser feito com base “no emprego, na equidade, no trabalho e na moralidade”.

Resume a agência AFP: é casado desde 1980 com a mesma mulher, tem duas filhas, gosta de fumar charutos toscanos, gosta de rock e é um católico praticante que cita o Papa João XXIII. Ama a sua terra natal e foi lá, em Bettolla, recordando as suas origens humildes, que lançou a campanha eleitoral. “Sem raízes não se podem produzir novas folhas”, disse.
 
 
 
 

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