Bento XVI passará a ser tratado como "Papa emérito"

Últimos preparativos antes de o sumo pontífice cessar funções na quinta-feira.

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São esperadas milhares de pessoas na última audiência semanal de Bento XVI Eric Gaillard/Reuters

Após a sua renúncia na quinta-feira, Bento XVI passará a ser oficialmente tratado por “Sua Santidade Bento XVI, Papa emérito”, ou “Sua Santidade Bento XVI, pontífice romano emérito”, anunciou nesta quarta-feira o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

O porta-voz indicou que, quando já não for Papa, Bento XVI passará a envergar vestes brancas simples, diferentes daquelas utilizadas pelos papas.

Sem cerimónia, o Papa põe fim às suas funções na quinta-feira, último dia do mês de Fevereiro, às 20h [19h em Portugal continental], depois de saudar os cardeais presentes em Roma durante a manhã. Às 16h viaja de helicóptero para Castel Gandolfo, situado a 25 quilómetros de Roma, onde ficará a viver durante dois meses na residência de Verão do sumo pontífice.

O decano do Sagrado Colégio, o cardeal Angelo Sodano, enviará os convites aos cardeias para as “congregações” que antecedem o conclave e que só deverão começar na próxima segunda-feira, disse o porta-voz.

O padre Lombardi indicou que “o santo padre está a preparar-se na oração para a última audiência geral de quarta-feira” e que está a fazer nos apartamentos pontifícios uma triagem dos papéis que vai deixar ao seu sucessor.

“É preciso fazer a distinção entre os documentos que dizem respeito ao governo da Igreja e as suas funções passadas (perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé) que irão para os arquivos" e “as notas de carácter mais pessoal que irão consigo para a sua nova residência”, explicou Lombardi.

Bento XVI surpreendeu o mundo, no dia 11 de Fevereiro, com o anúncio de que iria renunciar à liderança da Igreja Católica. Ratzinger tornou-se Papa a 19 de Abril de 2005, quando tinha 78 anos. Os seus quase oito anos de pontificado ficaram marcados não apenas por um declínio na participação religiosa dos católicos mas também por escândalos de abusos sexuais na Igreja Católica e ainda por casos polémicos no Vaticano, onde o Papa teria dificuldades para controlar a Cúria.

 
 
 
 
 

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