Autor de filme anti-islão condenado a um ano de prisão

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Basseley Youssef a ser detido em Outubro por ter violado a liberdade condicional Foto: Bret Hartman/Reuters

O autor do filme anti-islão Innocence of Muslims, um copta radical egípcio a viver nos Estados Unidos, detido no final de Setembro na Califórnia, foi condenado na quarta-feira a um ano de prisão por ter violado a liberdade condicional.

Mark Basseley Youssef, de 55 anos, admitiu perante o tribunal californiano que utilizou identidades falsas para conseguir continuar oculto, depois da polémica gerada pelo filme e das ameaças que recebeu. Admitiu também que recorreu a um nome falso para obter uma licença de condução. O Tribunal de Los Angeles decidiu, por isso, condená-lo a mais um ano de prisão e a quatro anos sob vigilância das autoridades, avança a AFP. Os juízes disseram, também, que o filme é mais uma prova da sua propensão para infringir a lei.

O procurador-adjunto Robert Dugdale referiu que Youssef “traiu” os actores que participaram no filme por não lhes ter dito que tinha acabado de sair da prisão e por ter feito uma versão com novos diálogos sem lhes pedir autorização. Já o advogado do autor do filme, Steve Seiden, contrapôs que o seu cliente tinha direito a alterar os diálogos já que obteve autorização dos participantes.

Youssef, também identificado algumas vezes com o nome de nascimento, Nakoula Basseley Nakoula, tinha sido condenado em 2010 por fraude bancária. Chegou a cumprir uma pena de prisão de 21 meses, mas entretanto foi colocado em liberdade condicional. Estava, por isso, impedido de aceder à Internet. Depois de parte do filme que produziu ter sido colocado no canal de partilha online YouTube, as autoridades consideraram que violou a liberdade condicional em vários aspectos e que representava “um certo perigo para a comunidade”.

O filme de Youssef levou a enormes protestos e manifestações populares no Médio Oriente, com dezenas de vítimas mortais, entre elas o embaixador dos Estados Unidos na Líbia. Innocence of Muslims tem enfurecido muçulmanos em todo o mundo, por ridicularizar o profeta Maomé, apresentado como um mulherengo e bandido. Qualquer representação visual do profeta é, de resto, considerada uma blasfémia para os muçulmanos e a proximidade do filme com a data do 11 de Setembro gerou ainda mais fúria.

Do filme de duas horas, há excertos publicados no YouTube numa espécie de trailer em que os muçulmanos são apresentados como imorais e violentos. O profeta Maomé aparece em várias cenas de sexo, com mulheres e com homens, aprova o abuso sexual de crianças, aponta para um burro como “o primeiro animal muçulmano”. É ainda dito que o Corão não teve inspiração divina, que foi escrito a partir da Tora e do Novo Testamento.

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