Ataque aéreo mata dez numa escola da ONU em Gaza

Agências atribuem bombardeamento a Israel. Há também 30 feridos

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Uma poça de sangue no chão junto à escola atacada neste domingo Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Pelo menos dez pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas na sequência de um ataque aéreo a uma escola gerida pela ONU na Faixa de Gaza. As agências de notícias atribuem o ataque a Israel, cujas chefias militares se recusaram a comentar o sucedido.

Segundo descreve a Reuters, a partir de relatos de dois jornalistas, um em Gaza e outro em Jerusalém, um míssil lançado a partir de um avião atingiu a entrada de uma escola em Rafah, localidade que durante todo o fim-de-semana foi palco de duros combates.

Neste domingo, diz a mesma agência, bombardeamentos israelitas já tinham matado mais 30 pessoas em Gaza. As imagens distribuídas pelas agências a partir dos locais bombardeados mostram um cenário dantesco. Entre os 30 mortos contam-se nove pessoas de uma mesma família.

Um líder da Fatah, residente em Rafah, Ashraf Goma, declarou que as forças israelitas estavam a bombardear a cidade a partir do ar, do mar e em terra, sendo impossível lidar com todos os feridos e mortos. "Os feridos estão nas ruas e há cadáveres junto às estradas, sem que ninguém os possa recuperar. Vi um homem com uma carroça puxada por um burro a levar sete cadáveres para a morgue, que guarda os corpos em arcas de gelados e frigoríficos", disse Goma à Reuters.


A mesma agência cita testemunhas no local e declarações de médicos. A confirmar-se, será o segundo ataque israelita a uma escola em menos de uma semana, depois do ocorrido na última quarta-feira, que matou pelo menos 15 palestinianos. Fontes militares israelitas não identificadas sustentam que desde aquele local tinham sido disparados morteiros e que, por isso, o exército ripostou.

Nas últimas horas, representantes do Hamas e da Jihad Islâmica chegaram à capital egípcia, o Cairo, onde deveriam participar em negociações de paz com Israel. Porém, Jerusalém não enviou ninguém, argumentando que não era possível confiar no Hamas.

Neste domingo, Israel confirmou a morte do militar israelita de 23 anos que dizia ter sido raptado pelo Hamas. Foi abatido em combate, segundo admitiu o próprio exército. Jerusalém promete continuar a batalha na Faixa de Gaza, mesmo depois de destruir a rede de túneis que os islamistas estariam a usar para infiltrar homens. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que o Hamas vai “pagar um preço intolerável” se continuar a atacar Israel.

Numa mensagem divulgada pelo exército, Israel reconhece que Hadar Goldin, desaparecido desde sexta-feira, foi afinal abatido numa operação militar realizada no Sul de Gaza, dando razão ao porta-voz do Hamas que, no sábado, e após uma noite manchada por um banho de sangue, disse que o militar não teria sido raptado e até poderia ter sido morto em combate.

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