Assad falha ofensiva em Raqqa e perde terreno para o Estado Islâmico

Jihadistas surpreenderam forças governamentais e recuperaram território à volta da sua capital.

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Estado Islâmico continua pressionado no Norte, por forças apoiadas pela coligação internacional. Reuters

As forças leais a Bashar al-Assad perderam nos últimos dias o território que haviam capturado ao grupo Estado Islâmico na província de Raqqa. Os jihadistas começaram uma contra-ofensiva no início da semana capaz de recuperar dezenas de quilómetros ao exército sírio e milícias leais a Damasco, que apenas há duas semanas tinham dado início a uma campanha para capturar a cidade de Tabqa e aproximarem-se da capital dos extremistas, mais a Norte.  

Não se conhecem ainda os números de vítimas no lado governamental, mas esta quarta-feira corriam informações de que a contra-ofensiva jihadista ainda não cessara e se aproximava de Ithriyah, a mais de 30 quilómetros da fronteira de Raqqa. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o Estado Islâmico mobilizou cerca de 300 combatentes, dezenas de veículos pesados e alguns tanques vindos de Raqqa para atingir as forças governamentais.

O fracasso na ofensiva de Raqqa é um dos contratempos mais evidentes para o Presidente sírio desde que a Rússia começou uma campanha aérea em seu favor no último ano. Vozes próximas do Governo culpavam esta quarta-feira a falta de apoio aéreo pelos recuos em Raqqa. “A ofensiva falhou principalmente por causa da Rússia [que] não deu apoio aéreo ao longo de toda a ofensiva”, escrevia no Twitter Ibrahim Joudeh, do portal Almasdar. 

Apesar de recuperar agora algum fôlego à volta da sua capital, o grupo Estado Islâmico é ainda pressionado a Noroeste pela recém-formada coligação de combatentes curdos e árabes conhecida como SDF (Forças de Defesa Sírias, na sigla em inglês), que esta quarta-feira prosseguia operações em Manbij, uma cidade-chave a Norte de Raqqa, com apoio da aliança aérea internacional. 

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