Arábia Saudita envia 39 milhões de euros para a Faixa de Gaza

Dinheiro destina-se a "cobrir as necessidades mais urgentes com medicamentos e equipamentos médicos". Jovem palestiniano foi morto em confrontos na Cisjordânia.

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Desde o início dos bombardeamentos já foram mortos pelo menos 172 palestinianos Ammar Awad/Reuters

O reino da Arábia Saudita anunciou que vai conceder uma ajuda de emergência no valor de 39 milhões de euros às vítimas dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza.

O anúncio foi feito à agência Saudi Press Arabia pelo ministro das Finanças saudita, Ibrahim al-Assaf. De acordo com a informação avançada pela mesma agência noticiosa, o apoio financeiro do rei Abdullah será enviado aos responsáveis pelo Crescente Vermelho palestiniano em Gaza.

O ministro das Finanças especificou que os 200 milhões de riais sauditas (39 milhões de euros) têm como objectivo "cobrir as necessidades mais urgentes com medicamentos e equipamentos médicos".

Esta ajuda financeira da Arábia Saudita soma-se aos 38 milhões de euros anunciados pelos Emirados Árabes Unidos na quinta-feira passada.

Desde o início do mais recente conflito aberto entre as forças de Israel e o Hamas já morreram pelo menos 172 palestinianos e mais de mil ficaram feridos.

As Forças de Defesa de Israel contestam este balanço de vítimas mortais, dizendo que já abortou alguns ataques devido ao receio de mortes entre a população civil. Em declarações à BBC, o tenente-coronel Peter Lerner disse que o balanço de 172 mortos "não é objectivo", e que as forças israelitas estão a atacar "infra-estruturas de terroristas", o que inclui as habitações de líderes do Hamas.

Segundo a avaliação das Nações Unidas, pelo menos 77% das pessoas mortas em Gaza são civis.

Milhares de palestinianos começaram a abandonar as suas casas no domingo à noite, no Norte da Faixa de Gaza, e a procurar refúgio em instalações das Nações Unidas, depois das Forças de Defesa de Israel terem alertado para a iminência de um ataque pesado contra alvos do Hamas – de acordo com a ONU, pelo menos 17 mil pessoas procuraram refúgio nas instalações da organização.

Esta segunda-feira chegam a Jerusalém o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, e a sua congénere italiana, Federica Mogherini, para uma ronda de encontros com líderes israelitas e palestinianos.

Sem avançar pomenores sobre as movimentações diplomáticas, a União Europeia (UE) fez apenas saber que está "em contacto com as partes na região" com vista à obtenção de um cessar-fogo.

"Apelamos a todas as partes que exerçam o máximo de contenção, para evitarem baixas e regressarem à tranquilidade. Estamos em contacto com as partes na região para que elas façam o seu melhor tendo como objectivo um cessar-fogo", disse a porta-voz da UE para a política externa, Maja Kocijancic.

Apesar dos apelos à contenção, há notícia de mais vítimas mortais no terreno. Um jovem palestiniano de 20 anos de idade, identificado como Munir Ahmed Badarin, foi morto pelo Exército israelita na manhã desta segunda-feira, a Sul de Hebron, na Cisjordânia.

Na mesma operação os militares isralitas terão detido 11 responsáveis do movimento Hamas.

Familiares do jovem palestiniano disseram à agência AFP que ele foi atingido por balas durante confrontos em Al-Samua, no Sul da Cisjordânia, e que acabou por morrer no hospital. Fontes oficiais do Exército de Israel dizem que Munir Ahmed Badarin estava a lançar pedras e cocktails Molotov contra viaturas israelitas.

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