Amostras vivas de antraz enviadas por engano para bases nos EUA e Coreia do Sul

Até ao momento não há casos suspeitos de infecção, segundo o Pentágono.

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Vinte e dois militares podem ter sido expostos à bactéria na base norte-americana em Osan, na Coreia do Sul Danny Kim/AFP

O Exército norte-americano enviou, por engano, amostras vivas da bactéria causadora do antraz para nove bases nos EUA e uma na Coreia do Sul. As amostras deveriam ter sido inactivadas no ano passado.

Numa primeira reacção à notícia, o Pentágono disse que não existe até ao momento nenhum caso suspeito de infecção, nem nenhum risco para a população, mas quatro civis norte-americanos e 22 militares (estes na base sul-coreana) foram postos sob medidas preventivas.

Os quatro civis enfrentam um risco "mínimo", disse o porta-voz do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla original), Jason McDonald.

Estes civis estavam a "realizar procedimentos que levaram à libertação do agente para o ar", disse o mesmo responsável. Quando libertado para o ar, a bactéria pode causar antraz, uma doença mortal – em 2001, após os atentados terroristas contra o World Trade Center e o Pentágono, cinco pessoas morreram com a doença depois de terem aberto cartas com a bactéria.

As amostras enviadas esta semana deveriam ter chegado às bases norte-americanas e na Coreia do Sul em estado inactivo, para serem depois usadas em testes para identificação de ameaças biológicas, segundo o porta-voz do Pentágono, Steve Warren.

"Por excesso de precaução, o Departamento de Defesa suspendeu o envio deste tipo de material dos seus laboratórios até ao final das investigações" do CDC, disse o responsável, citado pela agência Reuters.

Em Agosto do ano passado, o CDC encerrou temporariamente dois dos seus laboratórios de alta segurança por ter confirmado que houve negligência na manipulação de amostras de antraz e do vírus da gripe aviária H5N1. Nenhum dos funcionários expostos a estes dois agentes patogénicos altamente infecciosos adoeceu, mas tratou-se de uma falha grave em instituições que são referências mundiais na sua área.

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