Muçulmanos americanos com actividade política foram espiados pela NSA

São classificados como "moderados", mas foram espiados apesar de não haver indícios de que representavam ameaça.

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"Abusos na espionagem interna atingem muitas vezes minorias", comenta o jornalista Glenn Greenwald Paul J. Richards/AFP

A agência norte-americana NSA espiou cinco cidadãos americanos muçulmanos com actividade política apesar de não haver indícios de que poderiam ser uma ameaça, segundo The Intercept, o site de investigação do antigo jornalista do Guardian Glenn Greenwald, com base em ficheiros entregues pelo antigo analista Edward Snowden.

Greenwald tinha já indicado que diria os nomes de americanos espiados. Agora notou que teve autorização dos visados para divulgar os seus nomes.

“Acho que esta é uma das histórias mais importantes no arquivo de Snowden porque mostra rostos do abuso da vigilância da NSA e ilustra, mais uma vez, que os abusos da espionagem doméstica atingem em geral minorias, grupos marginalizados, e críticos”, comentou Greenwald ao Huffington Post.

Na lista estão Nihad Awad, director executivo do Council on American-Islamic Relations, a maior organização de direitos de muçulmanos, Faisal Gill, do partido Republicano (que já teve acesso no Departamento de Informação Interna durante a presidência de George W. Bush), Asim Ghafoor, advogado que defendeu processos relacionados com terrorismo, Hooshang Amirahmadi, professor de relações internacionais da Universidade de Rutgers (tentou ser candidato à presidência do Irão para melhorar as relações com os EUA mas foi vetado pelo Conselho dos Guardiães), e ainda Agha Saeed, antigo professor de ciência política da Universidade da Califórnia que faz campanha por direitos para muçulmanos e palestinianos.

Foram vigiados entre 2002 e 2008. Todos são descritos como cidadãos “moderados” que parecem ter sido escolhidos pela sua actividade política. Em comunicado, a NSA diz que nenhum cidadão pode ser sujeito a vigilância apenas por actividades relacionadas com a primeira emenda, seja estar em eventos públicos, organizar campanhas, escrever ensaios críticos, ou expressar crenças pessoais. 

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