Alterações climáticas põem em risco Veneza e Estátua da Liberdade

Estudo concluiu que 31 lugares e monumentos que são declarados património mundial estão a ser afectados pelo aquecimento global

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Veneza, Itália Reuters
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Tartaruga gigante das ilhas Galápagos Reuters
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Lago do Pôr do Sol, no parque nacional de Yellowstone, EUA AFP
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Gorila na floresta de Bwindi, Uganda Reuters
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Núcleo de monumentos pré-históricos de Stonehenge, Reino Unido Reuters
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Ilha da Páscoa Reuters
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Estátua da Liberdade Reuters
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Barreira de corais, Austrália Reuters

O aquecimento global está a ameaçar 31 lugares ou monumentos em todo o mundo que são considerados património mundial da Unesco, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira. Entre eles está a cidade de Veneza, Itália, as ilhas Galápagos, no Equador, e a estátua da Liberdade nos Estados Unidos.

O aumento das temperaturas da atmosfera e dos oceanos, os ventos e chuvas extremas, as inundações e a subida das águas são algumas das ameaças que estão a tornar vulneráveis alguns locais e monumentos que são icónicos. É a principal conclusão do estudo, que foi elaborado pela Unesco, pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente e pela organização não governamental União dos Cientistas Responsáveis.

Na lista do património ameaçado – que os especialistas dizem não ser exaustiva – constam o parque nacional Yellowstone, nos Estados Unidos, a floresta de Bwindi, o habitat natural dos gorilas do Uganda e a grande mesquita de Djenné, no Mali. A subida das águas está a afectar Veneza e a sua lagoa bem como a Cidade Velha de Hoi Na, no Vietname, ou ainda a ilha da Páscoa, no Chile, que já perdeu mais de 3500 quilómetros do seu litoral. As lagoas da Nova Caledónia, no Pacífico, onde se encontram uma grande diversidade de espécies de corais, estão também nesta lista assim como as montanhas Altai, na Rússia (Sibéria). Na Europa estão em risco o fiorde de gelo de IIulissat, na Gronelândia, Dinamarca, mas também o núcleo de monumentos pré-históricos de Stonehenge, Avbury e Sítios Associados, no Reino Unido.

Adam Markham, um dos autores do relatório e director adjunto do clima e energia na União dos Cientistas Responsáveis, considera que “a maior parte” dos casos que são apresentados já são visíveis. “São provas de que as alterações climáticas já causaram efeitos”, afirmou, citado pelo jornal francês Le Monde.

Entre os mais de mil locais declarados património mundial em 163 países, muitos são grandes destinos turísticos, o que pode ser um factor de desenvolvimento mas também de ameaça se tiver um crescimento muito rápido ou não planeado, de acordo com o documento. Para Metchild Rossler, directora do centro do património mundial da Unesco, a indústria do turismo é parte do problema mas também parte solução. “Nós queremos sensibilizar todos os lados: os Estados, os gestores dos locais e o mundo do turismo. Muitos destes locais vivem graças ao turismo. Mas muitos destes locais são ameaçados por esta actividade. Conjuntamente, podemos gerir os locais de forma diferente para melhor protegê-los”, afirmou ao Le Monde.

O relatório recomenda que as várias organizações internacionais, entre as quais a Unesco, coloquem como prioridade a elaboração de uma listagem dos impactos visíveis no património mundial para delinear estratégias que possam minimizar os efeitos das alterações climáticas. Com este relatório, os autores esperam que seja reforçada a tomada de consciência para este problema por parte das populações e dos governos. “A ameaça que paira nos locais património mundial é iminente, não há tempo a perder”, salienta Adam Markham.

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