Alemanha suspende programa de ajuda a jovens europeus desempregados

Berlim justifica decisão com a avalanche de pedidos de ajuda.

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O programa foi lançado há dez meses pela chanceler alemã, Angela Merkel REUTERS/Yves Herman

“O dinheiro não é o problema, o problema é como usá-lo para dar aos jovens desempregados uma nova perspectiva.” Foi com este mote que a chanceler Angela Merkel deu início, há menos de um ano, ao programa O emprego da minha vida, através do qual previa ajudar os jovens da União Europeia a encontrar um emprego em Berlim. Contudo, dez meses volvidos, os 48 milhões de euros previstos para financiar o programa esgotaram-se e este foi agora suspenso.

O emprego da minha vida foi criado para minimizar o problema do desemprego jovem, que assola diversos países europeus, nomeadamente Portugal, Espanha e Grécia. A candidatura fazia-se através de um portal online e os escolhidos tinham acesso a aulas gratuitas de alemão, ainda no país origem, e, já na Alemanha, a uma bolsa que lhes permitisse iniciar uma nova vida. Desde o seu lançamento, 8919 jovens já foram ajudados, 5600 dos quais espanhóis, de acordo com números divulgados pela ZAV, uma entidade vinculada à agência alemã para o emprego.

Berlim justificou a decisão de suspender o programa com o facto de os pedidos de ajuda, nos primeiros meses deste ano, terem sido o dobro dos recebidos em igual período do ano passado. Um porta-voz do Ministério do Trabalho alemão, em declarações ao diário espanhol El País, confirmou que “não é possível satisfazer a procura”.

No entanto, no portal do programa há a garantia de que esta decisão não vai afectar os jovens que estão já na Alemanha ao abrigo deste programa.

Não é a primeira vez que O emprego da minha vida se vê envolto em polémica. Muitos jovens, no ano passado, protestaram na Alemanha contra o que apelidavam de “sonho alemão”, que prometia o acesso a uma profissão e a um novo idioma, mas que na realidade não correspondia às expectativas. No início desta semana, o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung noticiou inclusive que vários jovens bolseiros a viver na cidade de Rostock, no norte da Alemanha, estavam sem emprego e com uma ajuda de “apenas 200 euros”.

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