Ainda sem sepultura, o ex-SS Priebke justifica-se em mensagem póstuma

Num vídeo divulgado esta quinta-feira, Erich Priebke não mostra sinais de qualquer arrependimento pela sua participação no massacre que matou 335 italianos em 1944.

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O antigo oficial nazi foi julgado em 1998 Alessandro Bianchi/Reuters

É em italiano com um forte sotaque alemão que Erich Priebke, o antigo oficial das SS que morreu recentemente e cujo funeral já foi rejeitado por três países, justifica as suas acções durante o massacre das catacumbas Ardeatinas (1944), perto de Roma. Um vídeo veio esta quarta-feira a público, numa altura em que nada se decidiu quanto ao que fazer com os restos mortais de Priebke.

O antigo capitão das SS ficou tristemente conhecido pela sua participação no massacre em que 335 civis italianos foram assassinados numa retaliação pela morte, na véspera, de 33 soldados alemães por combatentes da resistência italiana. No vídeo, Priebke volta a acusar a resistência italiana, tal como já o tinha feito quando foi julgado, em 1998.

Falando rapidamente, Priebke explica que os comunistas italianos que cometeram o atentado contra os soldados nazis sabiam de antemão que haveria consequências. Ficou decidido que seriam mortos 10 civis italianos por cada oficial alemão abatido e ainda mais cinco pessoas.

Sem nunca mostrar remorsos, o antigo militar nazi reafirma que as suas acções resultaram de uma ordem directa de Hitler e que a sua recusa em obedecer significaria o fuzilamento.

Não se conhecem ainda reacções à divulgação do vídeo póstumo de Priebke, mas se as resistências a receber o seu corpo já eram bastantes, as novas declarações podem vir a dificultar ainda mais a tarefa.

De acordo com a AFP, o corpo do ex-oficial nazi encontra-se ainda no aeroporto militar Pratica di Mare, perto de Roma, sem destino definido.

Na terça-feira, a cidade de Albano Laziale concordou em receber o funeral de Priebke, mas a cerimónia teve de ser interrompidadevido a distúrbios e protestos. O presidente da câmara de Roma, Giuseppe Pecoraro, explicou que “havia um risco de que [o funeral] se tornasse num encontro neo-nazi".
 

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