Acusação pede seis anos de prisão para Berlusconi no caso Rubygate

Foi montado “um sistema de prostituição para satisfazer” o ex-primeiro-ministro, diz Ministério Público. Sentença será no fim do mês

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Berlusconi conhecerá a sentença do caso Rubygate no fim do mês Alessandro Garofalo/REUTERS

A procuradora do Ministério Público Ilda Boccassini pediu ontem em Milão seis anos de prisão para o antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, acusado de praticar sexo com uma menor — Ruby, que se chama na verdade Karima El Mahroug.

Nas alegações finais do caso conhecido por Rubygate Boccassini pediu ainda que o magnata da comunicação e político seja proibido de exercer cargos públicos durante seis anos. O veredicto deste julgamento será conhecido no fim de Maio.

Berlusconi, de 76 anos, é o dirigente do Povo da Liberdade, um partido de centro-direita que participa no novo Governo de coligação. É um dos acusados neste processo, apenas um dos muitos em que está envolvido como réu. Um tribunal de apelação já indeferiu o pedido para anular uma condenação a quatro anos de prisão no julgamento do caso Mediasat — com um ano de prisão efectiva e os outros três amnistiados —, tendo Berlusconi recorrido para o Supremo.

No tribunal, Karima El Mahroug, que participou na festas na villa de Milão de Berlusconi quando era menor, negou ter feito sexo com Berlusconi e disse que nunca foi prostituta. Mas as festas, disse Boccassini, eram “um sistema de prostituição montado para satisfazer Berlusconi”. “As jovens convidadas para a residência privada do então chefe de governo [em Milão] faziam parte de uma rede de prostituição”. As raparigas, acrescentou, cultivavam o “sonho italiano em negativo” e queriam trabalhar no “mundo do espectáculo”.

O julgamento decorre desde Abril de 2011. A acusação sustenta que entre Janeiro e Maio de 2010 Silvio Berlusconi fez “dezenas” de pagamentos a Karima El Mahroug em troca de serviços sexuais.

Berlusconi sempre rejeitou as acusações e explicou que as festas não passaram de jantares em boa companhia. Chegou a admitir ter ajudado financeiramente Karima, mas não houve sexo, garantiu. A acusação, no entanto, diz não haver dúvidas de que ela teve relações sexuais com Berlusconi.     

 

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