À terceira é de vez? Primeiro-ministro de Montenegro anuncia sucessor

Milo Djukanovic está no poder há 25 anos. Afastou-se duas vezes, em 2006 e 2010, mas acabou por regressar.

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Milo Djukanovic anunciou esta terça-feira que irá passar a pasta a Dusko Markovic SAVO PRELEVIC/AFP

O histórico primeiro-ministro de Montenegro, Milo Djukanovic, será substituído pelo seu "vice" e mais próximo aliado Dusko Markovic. Como primeiro-ministro designado, Markovic tentará formar um novo governo, informou o Partido Democrático dos Socialistas (DPS) esta terça-feira.

Durante o último quarto de século, Djukanovic tem liderado Montenegro enquanto primeiro-ministro, tendo passado brevemente pela Presidência da República. Eleito pela primeira vez em 1991, tem apenas duas interrupções em cargos políticos de primeira linha, em 2006 e 2010 (quando anunciou, nas duas vezes, a saída de cena), sendo o político há mais tempo no poder naquele país. A oposição acusa-o de autoritarismo e corrupção.

O anúncio chega depois de a 16 de Outubro as eleições parlamentares terem dado ao DPS um total de 36 deputados nos 81 lugares disponíveis no Parlamento, o que lhe garantiu a distinção enquanto partido mais forte, mas o obrigou a procurar uma coligação com um pequeno partido social-democrata e partidos ligados às minorias nacionais.

A nomeação de Dusko Markovic ainda terá de ser confirmada pelo quadro do partido esta quarta-feira. Markovic é também vice-presidente do DPS e antigo responsável pela agência de segurança nacional de Montenegro. Djukanovic não esclareceu ainda se irá abandonar totalmente a política ou irá permanecer na liderança do partido.

As eleições de 16 de Outubro ficaram marcadas pela detenção de 20 cidadãos sérvios acusados de conspiração para realizar ataques armados e pelas alegações da oposição de que houve fraude eleitoral.

Durante a campanha, Djukanovic tentou aliciar o eleitorado com a hipótese de Montenegro, com uma população de 620 mil pessoas, se juntar à NATO e à União Europeia, ou investir no fortalecimento das relações com os seus aliados mais tradicionais, a Sérvia e a Rússia.

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