Chama-se Solidarity Now e tem como objectivo aliviar os efeitos da crise na União Europeia, a começar pelo país em que ela mais se sente. Apoiada pelo milionário George Soros, a iniciativa pretende ajudar "as pessoas que mais sofrem" na Grécia, as mesmas que "não tiveram qualquer participação na crise".

Ionna Mantza, 67 anos, passa os dias à procura dos troncos de madeira que hão-de aquecer a família à noite. O marido está reformado, o filho perdeu o emprego há três anos. Dois netos completam a família, que tenta subsistir com o dinheiro de uma pensão. Ionna Mantza vive em Perama, nos subúrbios de Pireu, mas podia viver em qualquer outro subúrbio de qualquer outra cidade grega. "A reforma não chega para pagar as contas e para comprar comida. Não vamos começar a roubar, mas vamos começar a pedir esmola para que os nossos filhos possam comer", diz.

A história de Ionna – e de Theofilos, de Evridiki, de Liana, de Thanasis, de Giorgos... – é contada no site da campanha Solidarity Now, lançada pela Open Society Foundations, do milionário George Soros.

O objectivo da Solidarity Now é apoiar associações formadas pela sociedade civil na Grécia, através daquilo a que chama  "centros de solidariedade " – "sítios onde toda a gente afectada pela crise na Grécia possa reunir-se e encontrar soluções para problemas comuns".

O presidente da Open Society Foundations, Chris Stone, salienta que "a mensagem da Solidarity Now é de união e não de caridade". "Ao longo de décadas, a União Europeia trouxe paz, prosperidade e democracia à Europa. Respeito fundamental pelos direitos humanos, diginidade e protecção das minorias eram mais do que uma mera formalidade; eram  pré-requisitos para a integração. É por isso que a União Europeia tem sido um modelo para uma forma de governação mais esclarecida e bem sucedida", escreve Chris Stone no site da Open Society Foundations.

No texto de apresentação da campanha, George Soros deixa a sua opinião sobre o que está em jogo na crise europeia: "As pessoas que mais sofrem não tiveram qualquer participação na crise. Apesar destes tempos difíceis, acredito na promessa da Europa e espero que, todos juntos, consigamos mostrar solidariedade."