A Grécia trabalha para que a cimeira seja um sucesso

A Grécia tem cumprido as suas obrigações financeiras na íntegra.

A convocação da Cimeira extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia para a próxima segunda-feira, 22 de Junho de 2015, constitui um desenvolvimento positivo no caminho para um acordo. O Governo grego pretendeu a realização das negociações finais ao mais alto nível político da Europa e está actualmente a trabalhar para o sucesso desta Cimeira.

A questão da Grécia não afecta apenas o país, mas também o futuro da própria consolidação europeia como processo político, social, económico e cultural, o princípio fundamental da visão dos seus fundadores. Toda a Europa se encontra hoje numa encruzilhada crítica, conforme o primeiro-ministro Tsipras sugeriu num artigo publicado no dia 31 de Maio no jornal Le Monde. Como resulta dos dados financeiros, a Grécia tem sofrido, durante todos os programas de resgate, o maior ajustamento orçamental realizado na história. E os maiores sacrifícios em comparação com os outros estados-membros da UE que tiveram programa cautelar. O Governo grego já fez concessões significativas durante as negociações a fim de se encontrar uma solução viável, em benefício de todos os povos da Europa e do ideal europeu. 

No decurso de uma negociação é legítimo o confronto persistente de argumentação, desde que haja sinceridade e boa-fé entre as partes. No entanto, é ilegítimo utilizar de forma selectiva indicadores estatísticos para criar generalizações infundamentadas que obscurecem a realidade, como o mito difundido de que os cidadãos europeus “pagam os salários e as pensões dos gregos”. A Grécia tem cumprido as suas obrigações financeiras na íntegra.

São reais as patologias do sistema de pensões grego, mas o problema reside na diminuição das receitas que se registou durante os últimos anos, escreveu o primeiro-ministro Tsipras num artigo no jornal alemão Taggesspiegel, datado de 17 de Junho. No período de 2010 a 2014, com a entrada em vigor de uma série de medidas, foram retirados do sistema de pensões grego aproximadamente 13 mil milhões de euros, com simultâneo corte das pensões e subsídios em aproximadamente 50%, tendo esgotado assim a margem de cortes adicionais. A Grécia tem apresentado propostas concretas para a racionalização e sustentabilidade do sistema, como a abolição imediata do regime de reforma antecipada e a unificação imediata dos fundos de pensões.

O Governo grego está convencido de que na Cimeira extraordinária dos Chefes de Estado da União Europeia, na próxima segunda-feira, haverá uma solução, baseada no respeito das regras da União dos povos e estados, mas também da democracia, uma solução que irá permitir à Grécia regressar ao crescimento, dentro do euro. ‘’Uma saída da Grécia do euro não pode ser uma opção, nem para os gregos, nem para a União Europeia’’ defendeu sexta-feira o Primeiro-ministro Alexis Tsipras numa entrevista publicada pelo diário austríaco Kurier.

O Governo grego assegura que não existe hipótese alguma de “capital control”, os depósitos estão assegurados e o sistema bancário do país é forte.

Conselheiro de Imprensa da Embaixada da Grécia, Portugal

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