35 milhões de espanhóis votam para mudar o mapa político

Neste domingo, o poder regional e municipal vai a votos em Espanha.

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Apoiantes do Podemos em Madrid PEDRO ARMESTRE/AFP

Contados os votos, o mapa que substituirá o de Maio de 2011 terá mudanças e novas cores – o laranja e o roxo dos novos partidos, Ciudadanos e Podemos – e rostos, com algumas das candidaturas às câmaras das principais cidades constituídas por grupos de cidadãos e apoiadas pelo partido de Pablo Iglesias a poderem tirar o tapete aos partidos tradicionais.

Onde se vota?
Mais de 35 milhões de espanhóis podem votar para eleger governos em 13 das 17 comunidades autónomas do país (só não se vota na Catalunha, Galiza, Andaluzia e País Basco) e nos 8116 municípios do país. Vota-se ainda para as assembleias autónomas dos enclaves de Ceuta e Melilla.

Quantos novos eleitores há?
Mais de 380 mil espanhóis podem votar pela primeira vez. Nas eleições que todos os politólogos descrevem como as da mudança, estes podem ser decisivos em muitas disputas. O voto jovem não é só o dos novos eleitores, é também o de uma grande parte da população que, desencantada com a política, engrossava a abstenção. As sondagens indicam que, desta vez, os jovens estão “hiper-mobilizados” e votarão esmagadoramente no Podemos, mas também no Ciudadanos.

Onde pode haver maiores mudanças?
O PP, no poder, governa sete comunidades autónomas com maioria absoluta e as sondagens só dão como seguro que esse cenário se mantenha em Castela y Leon. O mesmo pode acontecer na Rioja, outro bastião dos populares. Isto significa que o PP vai perder quase todas as suas maiorias absolutas: Madrid, Castela La Mancha, Valência, Aragão e Baleares. Para continuar a governar, terá de conseguir apoios entre a oposição, algo difícil, quando todos os partidos medem cada decisão em função das legislativas, previstas para Novembro.

Quem vai vencer nas grandes capitais?
O mapa municipal pode mudar ainda mais do que o autonómico, e isso deve-se sobretudo às candidaturas independentes que o Podemos apoia (o partido criado há menos de ano e meio apresenta-se com o seu nome nas comunidades, não nos municípios). As câmaras de Madrid, Sevilha e Barcelona podem escapar ao PP, nos dois primeiros casos, e à Convergência e União (nacionalistas de direito), no terceiro. Em Barcelona e Madrid, as sondagens antecipam um empate técnico entre CiU e a candidatura Barcelona En Comú, na capital catalã, e entre PP e Ahora Madrid, na capital nacional. Em Sevilha, as contas são diferentes: o candidato do PP será o mais votado, mas um acordo entre a candidatura apoiada pelo Podemos, Ganemos, e o PSOE, chega para roubar a câmara aos populares, que em 2011 tiveram aqui a maioria absoluta mais ampla de sempre na cidade.

 

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