O quadro mais caro do mundo é um Cézanne e foi comprado pelo Qatar

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A obra foi pintada em 1895

A família real do Qatar comprou o quadro Os jogadores de cartas (1895) de Paul Cézanne (1839-1906) por mais de 250 milhões de dólares (190 milhões de euros), num negócio sobre o qual ainda pouco se sabe. O valor histórico tornou o quadro do mestre francês na obra mais cara do mundo.

Segundo a Vanity Fair, a compra aconteceu em 2011, depois de um longo período de negociações entre a família real e o magnata grego George Embiricos, proprietário do quadro, que morreu no final do ano.

George Embiricos, que nunca gostou de emprestar o quadro para exposições e nunca o quis vender apesar das múltiplas ofertas, aceitou negociar a sua venda tempos antes de morrer. Segundo a revista, na corrida à obra estavam ainda dois conhecidos galeristas: William Acquavella e Larry Gagosian. No entanto, nenhum teve poder para bater a oferta do Qatar de mais de 250 milhões de dólares. Não se sabe o valor exacto da compra mas estima-se que possa ter mesmo chegado aos 300 milhões de dólares (cerca de 228 milhões de euros). O anterior recorde pertencia a Pablo Picasso, quando em 2010, o seu quadro Desnudo, hojas verdes y busto, foi vendido num leilão da Christie"s por 106,4 milhões de dólares (81 milhões de euros).

Os jogadores de cartas, que já tinha sido considerada pela ARTnews uma das obras mais valiosas em mãos privadas, é uma pintura a óleo que integra a célebre série de Cézanne composta por cinco quadros - os outros quadro estão no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, no Courtauld Institute of Art Courtauld, em Londres, no Musée d"Orsay, em Paris, e na Barnes Foundation, na Filadélfia.

Nos últimos anos o Qatar tem estado por detrás dos maiores negócios de arte, tendo sido considerado em 2011 pelo The Art Newspaper como o maior comprador mundial de arte contemporânea.

Questionada pela rádio norte-americana NPR, a jornalista Alexandra Peers, autora do artigo da Vanity Fair, explicou que nunca se esperou que a compra atingisse um valor tão alto. "George Embiricos não emprestava o quadro a ninguém. Não se podia mesmo ver [o quadro]. Era uma espécie de lenda pela sua inacessibilidade. E isso tornou-o numa peça ainda mais desejada. Por isso, quando ele [Embiricos] morreu, toda a gente sabia que seria vendido por uma grande soma de dinheiro, mas alguém pensou que chegaria a este ponto? Ninguém.", disse a jornalista, destacando algumas das compras recentes do Qatar, que incluem trabalhos de nomes como Mark Rothko e Damien Hirst.

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