Activista homossexual assassinado no Uganda

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Director do jornal homofóbico

Um activista dos direitos homossexuais no Uganda, que fora identificado como gay por um jornal local, foi assassinado em casa, perto de Kampala, num crime que se suspeita ter motivos homofóbicos.

A polícia confirmou a morte de David Kato. O advogado do activista precisou que um homem entrou em casa de Kato e o alvejou duas vezes na cabeça. Kato, militante da associação Minorias Sexuais do Uganda (Smug), fora identificado - com nome e fotografia - como homossexual pelo tablóide ugandês Rolling Stone, no primeiro de uma longa série de artigos de 2010intitulada Enforquem-nos.

Em Novembro, após uma queixa judicial de Kato, um juiz proibiu o tablóide de continuar a publicar fotografias de homossexuais, por tal violar o direito à privacidade. Até aí o jornal tinha publicado as fotografias de 29 pessoas. O próprio Kato já dissera ter recebido ameaças de morte.

Os EUA condenaram esta morte, através do subsecretário de Estado para África, Johnnie Carson. "Ficámos horrorizados com a morte do célebre militante pelos direitos humanos David Kato", escreveu no Twitter.

Também o presidente do Parlamento Europeu, Jersy Busek, apelou às autoridades do Uganda para que os responsáveis pela morte sejam julgados, e para que um projecto de lei contra os homossexuais seja abandonado. "Lamento que o Uganda continue a ser um país onde a homossexualidade é um crime", disse à AFP. Os actos homossexuais são punidos no Uganda com penas até 14 anos de prisão.

O director do tablóide homofóbico, Giles Muhame, desvalorizou a relação entre os artigos que publicou e a morte do activista: "É mau se ele foi assassinado e rezamos pela sua alma. Mas há muitos crimes e [a morte de Kato] pode não se dever a ele ser gay. Queremos que o Governo enforque as pessoas que promovem a homossexualidade, não que o público as ataque."

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