1200 presos palestinianos em greve de fome

Centenas de palestinianos detidos em Israel começaram ontem a "batalha dos estômagos vazios" no dia em que se assinala o "dia do prisioneiro" nos territórios ocupados.

As autoridades israelitas dizem que 1200 detidos anunciaram o início de uma greve de fome colectiva sem fim definido, enquanto os palestinianos apontam para 1600: uma das maiores greves em massa dos últimos anos. Outros 2300 não comeram como protesto apenas durante o dia de ontem.

O dia coincidiu com a data de libertação de Khadnan Adnan, um militante da Jihad Islâmica que foi considerado um herói entre os palestinianos depois de não comer durante 66 dias, a mais longa greve de fome de um prisioneiro palestiniano. Adnan tinha terminado a greve depois de Israel ter concordado libertá-lo no final do prazo inicial da detenção. Não foram dados pormenores sobre onde seria libertado.

Este inspirou uma outra greve de fome, de uma detida, Hana Shalabi, que acabou por chegar a acordo com Israel para parar o protesto, mas numa negociação que determinou a sua deportação para a Faixa de Gaza. Shalabi viverá ali nos próximos três anos e só depois poderá regressar à Cisjordânia.

Dez outros palestinianos tinham já iniciado uma greve de fome antes deste protesto, quatro dos quais estão internados num hospital de Telavive por não comerem há mais de 40 dias. Dois deles não comem há mais de 50 dias e o estado de saúde de todos está a "deteriorar-se rapidamente", comentou o organismo palestiniano que acompanha os detidos.

Uma das razões de queixa dos prisioneiros é que Israel pode usar as detenções administrativas, em que, invocando razões de segurança, mantém os detidos nas prisões durante períodos de seis meses renováveis indefinidamente.

Cerca de 300 entre os mais de 4000 prisioneiros palestinianos estão neste regime de detenção administrativa, incluindo os dez detidos que estavam já em greve de fome.

Mas os detidos que fazem greve de fome protestam ainda contra as detenções solitárias e as medidas que são impostas aos visitantes, como revistas em que estes têm de se despir, ou buscas nocturnas às celas.

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