Virgílio Martinez cozinhou com peixe português, grãos andinos e fruta amazónica

Veio a Portugal a convite do festival Peixe em Lisboa para apresentar a nova cozinha do Peru. Virgílio Martinez, chef dos restaurantes Central, em Lima, e Lima, em Londres, foi directo para os mercados ver que peixes oferecia Portugal. 

Do Peru trouxe produtos que não poderia encontrar por cá e que são exemplos da extraordinária biodiversidade deste país latino-americano: batatas secas e levemente fermentadas, produzidas a quatro mil metros de altitude, grãos andinos como a quinoa, uma castanha que cresce só entre Fevereiro e Março em árvores a 35 metros de altura, graviola, maca, cacau (“para quê mandar vir chocolate da Suíça ou da Bélgica se o temos em estado puro?”). 

Queria ter trazido piranha, mas não foi possível, por isso trouxe paiche da Amazónia, e cozinhou-o em caldo de milho roxo apresentando-o com graviola sobre uma folha de cacau. Usou pescada e salmonete, comprados em Portugal e cruzou-os com grãos andinos, fazendo pratos a partir dos tradicionais ceviche e tiradito peruanos. Elogiou o peixe português e, sobretudo, deixou clara o que leva os peruanos a estarem apaixonados pela cozinha e pelos produtos do seu país.