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Uma parede histórica para o graffiti não pode ficar sem graffiti

Nomen foi dos primeiros writters a deixar a sua obra no muro das Amoreiras, ainda em 1995, quando não passava de “um muro todo azul que tinha um reclame gigantesco a dizer ‘Renault’ a amarelo”. “É um muro mítico e um dos primeiros pulmões respiráveis de graffiti na cidade”, pelo que o artista não podia recusar a proposta de Utopia, que o desafiou a aí deixar de novo a sua marca. O objectivo é voltar a pôr no mapa do graffiti de Lisboa aquela parede histórica e, ao mesmo tempo, dar a conhecer o trabalho de vários artistas.

Utopia, “curador” deste projecto e ele próprio writter, contou ao PÚBLICO 360º como surgiu a ideia: “Eu tinha acabado de trabalhar com o Youthone. Passámos aqui e eu senti que isto estava um pouco abandonado. Falei com ele e perguntei-lhe o que achava de fazermos aqui um grande trabalho; ele respondeu logo: “Cara, seria legal. Vamos reunir a galera!”. E assim foi. Utopia começou a convidar artistas – todos eles profissionais do graffiti - e eles, um a um, foram aceitando as propostas. “Cada um trouxe o seu material, a sua ideia, o seu tema e o seu trabalho”, contou. Começaram por ser catorze artistas, mas acabaram por participar cerca de vinte, porque, com o passa-palavra, houve mais gente a querer participar.

“A ideia foi dividir os espaços para cada artista fazer o que lhe vai na alma”, conta Gonçalo Mar, um dos participantes, mas nem sempre esta divisão foi fácil, porque todos queriam os espaços mais visíveis, os que não estão tapados pelas árvores. Para o resultado ser justo, os espaços foram decididos por sorteio e intervalaram-se os graffitis feitos apenas de letras e os graffitis com desenhos.

Os writters foram aparecendo consoante a disponibilidade que tinham e foi assim que, entre quinta-feira e domingo, o muro das Amoreiras ganhou uma nova vida.

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