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Nem só de “chega para lá” se faz o Roller Derby

“Uma das melhores coisas do Roller Derby é perceber como é que há estratégia e dinâmica numa coisa que parece completamente caótica”. Quem o diz é Beatriz Jorge, uma jogadora deste desporto que tem cada vez mais praticantes em Portugal. Se ela, que está dentro de campo, diz isto, o que pensará quem vê de fora?

À primeira vista, olhamos para dentro de campo e a sensação com que ficamos é a de que há muito campo para poucas jogadoras. São cinco de cada equipa, e andam quase todas muito juntinhas. Quatro são defesas; a quinta é a jammer e é facilmente identificável, visto que, para além de ter uma estrela no capacete, é aquela que mais voltas dá ao campo. Todas as jogadoras patinam na mesma direcção, mas as defesas têm o objetivo de não deixar passar a jammer da outra equipa, ao mesmo tempo que tentam ajudar a sua a passar as defesas adversárias. É assim que a jammer - e só ela - marca pontos: um por cada defesa que passar legalmente (contabiliza-se a passagem pela anca da defesa).

“Há aquele primeiro momento, na primeira jam [um jogo é constituído por vários jams, que são “pequenos jogos”] em que parece que o mundo nos cai aos pés. Soa o apito e de repente é um mundo que está a acontecer: é agilidade, velocidade, é agressividade controlada. É um desafio constante”, disse ao PÚBLICO Bruna Alves, a treinadora da liga lisboeta de Roller Derby. Na capital, há duas equipas (as Grrrls e as Troopers), mas todos os domingos há um treino da Liga de Lisboa, no qual participam as melhores jogadoras das duas equipas. Nestes treinos, as jogadoras contam com a ajuda de um árbitro, Alberto. “Um jogo oficial de Roller Derby conta com sete árbitros. Em Portugal, não existem muitos e é uma condicionante, mas ter um no treino já ajuda imenso”, disse Bruna Alves.

O Roller Derby foi criado nos Estados Unidos da América em 1935 e é lá que ainda tem mais expressão. Não há um campeonato de Roller Derby em Portugal, porque ainda não existem equipas suficientes para se começar a competir, mas há cada vez mais equipas amadoras: para além das duas lisboetas, há uma equipa no Porto, outra em Leiria, em Coimbra, em Almada e no Algarve. “Acho que é um objectivo comum de todas [as jogadoras] que um dia seja possível fazer um campeonato nacional”, afirma Bruna.

No vídeo de hoje, fomos assistir a um treino da Liga de Lisboa de Roller Derby, para ficarmos a conhecer um pouco mais desta modalidade, que nos últimos anos tem vindo a crescer mundialmente.