Japão

Uma aldeia de onde as pessoas saem, mas nem por isso fica mais vazia

Tsukimi Ayano começou a fazer espantalhos para afastar os pássaros. Aos poucos, estas figuras começaram a tomar conta da aldeia, onde vivem apenas 35 pessoas.

Reuters/Thomas Peter
Fotogaleria
Reuters/Thomas Peter

No seu passeio matinal, Tsukimi Ayano percorre a aldeia e cumprimenta os habitantes. Dirige-lhes um "bom dia" e aproxima-se deles para ver se estão todos bem. Mas eles não falam. Estão sentados em salas de aula, com livros abertos na mesa, ou no meio da rua à espera do autocarro (que nunca chega). Fazem tudo para parecer humanos mas não são. São espantalhos que há 13 anos começaram a fazer parte da escassa população da aldeia japonesa Nagoro, com apenas 35 pessoas. A maior parte da população partiu para as grandes cidades, onde as ofertas de trabalho são superiores e mais aliciantes. Tsukimi Ayano é um exemplo raro de quem retorna para a aldeia onde cresceu, neste caso para cuidar da mãe. Aos 65 anos, é uma das mais novas moradoras de Nagoro. Começou a fazer os espantalhos apenas para afastar os pássaros das plantações. Por parecerem tão reais, começaram a ter outras tarefas e a apropriar-se de outros espaços da aldeia, exteriores e interiores. No total, Ayano diz ter já feito 150 espantalhos, quatro vezes mais do que a população actual. Um deles foi feito à imagem do seu pai e Ayano colocou-o a fazer uma pausa no campo. "Enquanto puder e tiver saúde, quero continuar a fazer espantalhos", diz. "E torná-los cada vez mais reais para que as pessoas tenham de olhar duas vezes e dizer: 'Oh, não é uma pessoa!'". 

Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter
Reuters/Thomas Peter