Síria
Quem protege as crianças sírias?
Na Síria vive-se em guerra há demasiado tempo. No próximo dia 15 o conflito entra aliás no seu sétimo ano. Num relatório divulgado nesta segunda-feira, a UNICEF afirma que as crianças sírias vão ficar “marcadas para o resto da vida com consequências para a sua saúde, bem-estar e futuro”. Num documento em que se apela a uma “solução política imediata”, a UNICEF denuncia as violações graves dos direitos das crianças naquele país, que “atingiram em 2016 o número mais elevado de que há registo”, com "casos confirmados de morte, mutilação e recrutamento de crianças".
Para além dos "milhões de crianças (...) com vidas totalmente viradas do avesso", como afirmou o director regional da Unicef para o Médio Oriente e Norte de África, Geert Cappelaere, a organização das Nações Unidas contabilizou pelo menos 652 crianças mortas — um valor que representa um aumento 20% em relação a 2015 — e mais de 850 recrutadas para combater no conflito.
A UNICEF denuncia ainda a dificuldade no acesso a cuidados médicos, a dependência de assistência humanitária que afecta agora seis milhões de crianças, muitas delas obrigadas a sair do país. A Unicef salienta que, “além das bombas, das balas e das explosões, as crianças estão a morrer em silêncio muitas vezes de doenças que poderiam ser facilmente evitáveis”.