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Jogos Olímpicos? O que vai na cabeça dos "cariocas"

A poucos dias da inauguração dos Jogos Olímpicos, a repórter da Reuters Pilar Olivares andou pelo Rio de Janeiro a perguntar aos “cariocas” o que achavam da realização da maior prova desportiva do mundo nesta cidade.

Nathalia Souza, 18 anos, vendedora de rua: “O Brasil devia preocupar-se primeiro em resolver os problemas internos, como a violência e serviços públicos em más condições, ao invés de investir somas colossais de dinheiro em infraestruturas para os Jogos Olímpicos” Pilar Olivares/Reuters
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Nathalia Souza, 18 anos, vendedora de rua: “O Brasil devia preocupar-se primeiro em resolver os problemas internos, como a violência e serviços públicos em más condições, ao invés de investir somas colossais de dinheiro em infraestruturas para os Jogos Olímpicos” Pilar Olivares/Reuters

A poucos dias da inauguração dos Jogos Olímpicos, a repórter da Reuters Pilar Olivares andou pelo Rio de Janeiro a perguntar aos “cariocas” o que achavam da realização da maior competição desportiva do planeta nesta cidade. São mais os que a criticam do que os que a apoiam.

Pedro Grapiuna, escultor: “É bom que haja tantas pessoas vindas do estrangeiro a experimentar o lado bom da cidade”
Pedro Grapiuna, escultor: “É bom que haja tantas pessoas vindas do estrangeiro a experimentar o lado bom da cidade” Pilar Olivares/Reuters
Israel Mário da Silva, 59 anos, vigilante: “Não posso comprar nenhum tipo de bilhetes para as provas dos Jogos Olímpicos porque são demasiado caros para mim”
Israel Mário da Silva, 59 anos, vigilante: “Não posso comprar nenhum tipo de bilhetes para as provas dos Jogos Olímpicos porque são demasiado caros para mim” Pilar Olivares/Reuters
Ducinea Rancheiro, 48 anos, vendedora de rua: “Não sou o tipo de pessoa que segue desporto, mas vai ser bom porque deu trabalho às pessoas e gerou empregos sobretudo na área do turismo”
Ducinea Rancheiro, 48 anos, vendedora de rua: “Não sou o tipo de pessoa que segue desporto, mas vai ser bom porque deu trabalho às pessoas e gerou empregos sobretudo na área do turismo” Pilar Olivares/Reuters
Dennis Claudinho, 27 anos, trabalhador na construção civil: “Não posso comprar bilhetes para os Jogos Olímpicos porque são muito caros”
Dennis Claudinho, 27 anos, trabalhador na construção civil: “Não posso comprar bilhetes para os Jogos Olímpicos porque são muito caros” Pilar Olivares/Reuters
Xavier Fonseca, 70 anos, escultor: “É uma boa oportunidade para as pessoas trabalharam com o turismo”
Xavier Fonseca, 70 anos, escultor: “É uma boa oportunidade para as pessoas trabalharam com o turismo” Pilar Olivares/Reuters
Raquel Poti, 32 anos, artista de rua: os Jogos Olímpicos promovem um estilo de vida que combina desporto, cultura e educação
Raquel Poti, 32 anos, artista de rua: os Jogos Olímpicos promovem um estilo de vida que combina desporto, cultura e educação Pilar Olivares/Reuters
José de Jesus Damaceno, 75 anos, pescador: “A cidade está em crise e não há oportunidades para ninguém. O Governo deve ter em conta a população antes de gastar dinheiro num evento como este”
José de Jesus Damaceno, 75 anos, pescador: “A cidade está em crise e não há oportunidades para ninguém. O Governo deve ter em conta a população antes de gastar dinheiro num evento como este” Pilar Olivares/Reuters
Jorge Salomão, 70 anos, poeta: “Estamos a atravessar um momento de tantas dificuldades… os Jogos Olímpicos vão trazer-nos momentos de alegria e fraternidade nesta que é a cidade mais bela do mundo”
Jorge Salomão, 70 anos, poeta: “Estamos a atravessar um momento de tantas dificuldades… os Jogos Olímpicos vão trazer-nos momentos de alegria e fraternidade nesta que é a cidade mais bela do mundo” Pilar Olivares/Reuters
Diógenes Paixão, dono de um bar: “Os Jogos Olímpicos vão trazer muitos turistas que procurarão alegria e divertimento. Só estou preocupado com a segurança nas ruas”
Diógenes Paixão, dono de um bar: “Os Jogos Olímpicos vão trazer muitos turistas que procurarão alegria e divertimento. Só estou preocupado com a segurança nas ruas” Pilar Olivares/Reuters
Aline Santos, 23 anos, estudante: “Para mim, os Jogos Olímpicos são sinónimo de arbitrariedade porque muitas pessoas foram expulsas das suas casas por causa da construção dos Parques Olímpicos. Sou totalmente contra os Jogos Olímpicos [no Rio de Janeiro]”
Aline Santos, 23 anos, estudante: “Para mim, os Jogos Olímpicos são sinónimo de arbitrariedade porque muitas pessoas foram expulsas das suas casas por causa da construção dos Parques Olímpicos. Sou totalmente contra os Jogos Olímpicos [no Rio de Janeiro]” Pilar Olivares/Reuters
Fernando Oliveira, 68 anos, relojoeiro: “A imagem internacional do Rio de Janeiro vai melhorar com os Jogos Olímpicos, da mesma forma que aconteceu com o Mundial de Futebol. A violência não será notada”
Fernando Oliveira, 68 anos, relojoeiro: “A imagem internacional do Rio de Janeiro vai melhorar com os Jogos Olímpicos, da mesma forma que aconteceu com o Mundial de Futebol. A violência não será notada” Pilar Olivares/Reuters
Marcos da Costa, 46 anos: “Não concordo com a realização dos Jogos Olímpicos enquanto houver pessoas no Rio a sofrer com a violência, maus serviços de saúde, insegurança e construções débeis”
Marcos da Costa, 46 anos: “Não concordo com a realização dos Jogos Olímpicos enquanto houver pessoas no Rio a sofrer com a violência, maus serviços de saúde, insegurança e construções débeis” Pilar Olivares/Reuters
André Barros, 44 anos, varredor de rua: “Não posso comprar bilhetes para os Jogos. Preciso de trabalhar. As pessoas vão beneficiar dos melhoramentos nos transportes públicos”
André Barros, 44 anos, varredor de rua: “Não posso comprar bilhetes para os Jogos. Preciso de trabalhar. As pessoas vão beneficiar dos melhoramentos nos transportes públicos” Pilar Olivares/Reuters
Maurício Nava, 29 anos, skater: “Há melhorias visíveis na cidade como nos transportes públicos e em espaços de diversão dos quais os cariocas nunca tirariam partido se não existissem os Jogos Olímpicos”
Maurício Nava, 29 anos, skater: “Há melhorias visíveis na cidade como nos transportes públicos e em espaços de diversão dos quais os cariocas nunca tirariam partido se não existissem os Jogos Olímpicos” Pilar Olivares/Reuters
Gilberto Rabelo, 74 anos, vendedor de rua: “Os Jogos Olímpicos só vão beneficiar uma minoria”
Gilberto Rabelo, 74 anos, vendedor de rua: “Os Jogos Olímpicos só vão beneficiar uma minoria” Pilar Olivares/Reuters
Abner Lelis, 54 anos, taxista: “Estou contente que o Governo tenha investido nos transportes e nas infraestruturas. Passo quase todo o dia a conduzir e noto que o trânsito está melhor. Às vezes os meus colegas taxistas aproveitam-se dos turistas, conduzindo-os por percursos mais longos”
Abner Lelis, 54 anos, taxista: “Estou contente que o Governo tenha investido nos transportes e nas infraestruturas. Passo quase todo o dia a conduzir e noto que o trânsito está melhor. Às vezes os meus colegas taxistas aproveitam-se dos turistas, conduzindo-os por percursos mais longos” Pilar Olivares/Reuters
Manfred Kulitc, 49 anos, matemático: “Não ligo muito aos Jogos Olímpicos. Mas este país não tem infraestruturas para um evento com esta dimensão. Os verdadeiros problemas das pessoas não foram resolvidos”
Manfred Kulitc, 49 anos, matemático: “Não ligo muito aos Jogos Olímpicos. Mas este país não tem infraestruturas para um evento com esta dimensão. Os verdadeiros problemas das pessoas não foram resolvidos” Pilar Olivares/Reuters
Danielle Bhering, 32 anos, enfermeira: “Estou descontente com os Jogos num momento em que o país tem de lidar com a violência. Não quero deixar a minha casa durante os Jogos. É difícil de aceitar que um evento com esta dimensão se realize na baía poluída de Guanabara e com violência na cidade”
Danielle Bhering, 32 anos, enfermeira: “Estou descontente com os Jogos num momento em que o país tem de lidar com a violência. Não quero deixar a minha casa durante os Jogos. É difícil de aceitar que um evento com esta dimensão se realize na baía poluída de Guanabara e com violência na cidade” Pilar Olivares/Reuters
António Mariano de Azevedo, 25 anos, assessor político: “O Rio de Janeiro não vai mudar depois deste evento. Para o Governo, o investimento nas infraestruturas olímpicas foi mais importante do que melhorar os serviços para a população. Sou contra os Jogos. A cidade está em crise”
António Mariano de Azevedo, 25 anos, assessor político: “O Rio de Janeiro não vai mudar depois deste evento. Para o Governo, o investimento nas infraestruturas olímpicas foi mais importante do que melhorar os serviços para a população. Sou contra os Jogos. A cidade está em crise” Pilar Olivares/Reuters
Wilson Alexandre, artista: Os Jogos são uma grande celebração do desporto, com pessoas do mundo inteiro a desfrutar dele. Pelo lado negativo estão a expulsão de pessoas de bairros pobres para construir equipamentos para os Jogos, a corrupção e má gestão do projecto
Wilson Alexandre, artista: Os Jogos são uma grande celebração do desporto, com pessoas do mundo inteiro a desfrutar dele. Pelo lado negativo estão a expulsão de pessoas de bairros pobres para construir equipamentos para os Jogos, a corrupção e má gestão do projecto Pilar Olivares/Reuters
Cristiane da Silva, 33 anos, artesã: “Acho que é uma vergonha esta cidade receber os Jogos Olímpicos quando nada foi feito para ajudar pessoas pobres e que têm que lidar com serviços de saúde e de educação precários”
Cristiane da Silva, 33 anos, artesã: “Acho que é uma vergonha esta cidade receber os Jogos Olímpicos quando nada foi feito para ajudar pessoas pobres e que têm que lidar com serviços de saúde e de educação precários” Pilar Olivares/Reuters
Dayvison Nascimento, 25 anos, empregado de bar: “Espero que venham muitos turistas e que possam aproveitar a energia da cidade e do evento”
Dayvison Nascimento, 25 anos, empregado de bar: “Espero que venham muitos turistas e que possam aproveitar a energia da cidade e do evento” Pilar Olivares/Reuters
Guilherme Barbosa, estudante e acrobata: “Aqueles que podem alugar quartos nas suas casas e os que trabalham com turismo vão ter rendimentos extra, mas a maior parte das pessoas da cidade ficará abandonada à sua sorte com condições de saúde e de educação precárias”
Guilherme Barbosa, estudante e acrobata: “Aqueles que podem alugar quartos nas suas casas e os que trabalham com turismo vão ter rendimentos extra, mas a maior parte das pessoas da cidade ficará abandonada à sua sorte com condições de saúde e de educação precárias” Pilar Olivares/Reuters
Silvana Batista (esq.), 49 anos, ex-efermeira, e a mãe, Helena Batista: “Estamos a viver tempos duros e violentos na cidade. Estamos preocupadas e toda a segurança que chegou às ruas pode não ser suficiente”
Silvana Batista (esq.), 49 anos, ex-efermeira, e a mãe, Helena Batista: “Estamos a viver tempos duros e violentos na cidade. Estamos preocupadas e toda a segurança que chegou às ruas pode não ser suficiente” Pilar Olivares/Reuters
Maria Callou, 35 anos, designer de moda: “Estou muito feliz com os Jogos Olímpicos. Acho que problemas do país como a corrupção e a violência não se notarão durante o evento. Somos hospitaleiros e sabemos como tornar os turistas felizes”
Maria Callou, 35 anos, designer de moda: “Estou muito feliz com os Jogos Olímpicos. Acho que problemas do país como a corrupção e a violência não se notarão durante o evento. Somos hospitaleiros e sabemos como tornar os turistas felizes” Pilar Olivares/Reuters
Erinaldo Cardoso, 43 anos, performer: “Nada mudará depois dos Jogos Olímpicos. Qualquer pessoa que conheça a realidade do Rio de Janeiro sabe que isto não é tudo alegria”
Erinaldo Cardoso, 43 anos, performer: “Nada mudará depois dos Jogos Olímpicos. Qualquer pessoa que conheça a realidade do Rio de Janeiro sabe que isto não é tudo alegria” Pilar Olivares/Reuters
Jeymerson Pereira, 25 anos, talhante: “Nós não precisamos dos Jogos Olímpicos. Precisamos de mais escolas e hospitais”
Jeymerson Pereira, 25 anos, talhante: “Nós não precisamos dos Jogos Olímpicos. Precisamos de mais escolas e hospitais” Pilar Olivares/Reuters
Gabriela Galvão, 40 anos, empresária: “A cidade do Rio de Janeiro sempre teve maus serviços e a imagem de uma cidade desorganizada e violenta, mas durante os Jogos Olímpicos os turistas vão ficar com uma boa impressão porque vêm à procura de diversão”
Gabriela Galvão, 40 anos, empresária: “A cidade do Rio de Janeiro sempre teve maus serviços e a imagem de uma cidade desorganizada e violenta, mas durante os Jogos Olímpicos os turistas vão ficar com uma boa impressão porque vêm à procura de diversão” Pilar Olivares/Reuters