Coreia do Norte

Ir à escola no “lugar mais assustador na Terra”

O antigo Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton disse que era “o lugar mais assustador na Terra”, mas os alunos que frequentam esta escola todos os dias dizem não ter razões para ter medo.

KIM HONG-JI/REUTERS
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Para ir às aulas, o autocarro onde Lee Su-jin e os colegas seguem tem de passar por vedações de arame farpado e cruzar postos de controlo militar. A escola desta rapariga de 11 anos fica em Daeseong-dong, em plena Zona Desmilitarizada da Coreia (ZDC), uma das fronteiras mais tensas no mundo.

Esta área, que se estende ao longo de 250 quilómetros de comprimento e quatro de largura, foi estabelecida como zona de controlo militar em 1953 após a Guerra da Coreia e divide a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, cruzando a dado momento o famigerado Paralelo 38. O antigo Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton chegou a apelidar esta zona como “o lugar mais assustador na Terra”. “As pessoas preocupam-se connosco mas os soldados estão aqui e fazemos exercícios de evacuação. Por isso acho que não há razões para ter medo ou preocupação”, explica esta aluna do 4º ano da Escola Primária de Daeseong-dong. Este ano, são 29 os alunos que frequentam a escola, situada na parte sul da Zona Desmilitarizada.

A escola foi aberta inicialmente para os filhos dos agricultores que foram autorizados a permanecer na ZDC após o armísticio que suspendeu o conflito entre as duas Coreias. Na mesma altura, a missão das Nações Unidas, liderada pelos Estados Unidos, iniciou também um programa de aulas de Inglês orientadas pelos soldados. A partir de 2008, e face à diminuição do número de habitantes, a escola abriu portas a estudantes que vivem fora da ZDC. Neste momento apenas quatro alunos são naturais de Daeseong-dong, e os restantes são seleccionados aleatoriamente pelas localidades vizinhas.

Enquanto que dentro da sala de aula o ambiente é calmo e descontraído, no exterior existe uma tensão latente. O dia-a-dia é acompanhado pelo zumbido da música norte-coreana que atravessa a fronteira, onde agricultores trabalham sob supervisão militar. Os alunos não podem sair da escola sem escolta e na fachada do edifício, virado para norte, há uma parede de tijolos erguida para os proteger contra balas perdidas. Para além disso, entre a meia-noite e as cinco da manhã há um recolher obrigatório ordenado pelas autoridades.

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