Nuclear

Há 70 anos, a sombra caiu sobre Hiroxima e Nagasaki

O mundo mudou depois dos bombardeamentos nucleares atingirem Hiroxima, a 6 de Agosto de 1945, e Nagasaki, três dias depois. Setenta anos depois dos ataques, um fotojornalista japonês regista, através de um projecto pessoal, as cambiantes de sombra e luz nestas duas cidades.

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O mundo mudou depois dos bombardeamentos nucleares atingirem Hiroxima, a 6 de Agosto de 1945, e Nagasaki, três dias depois. Setenta anos depois dos ataques, um fotojornalista japonês regista, através de um projecto pessoal, as cambiantes de sombra e luz nestas duas cidades.O fotógrafo Issei Kato viu as “sombras de Hiroxima” pela primeira vez através de fotografias. “Fiquei comovido quando as vi”, conta. “Mostravam sombras de vítimas, do parapeito de uma ponte ou de um escadote”. Essas sombras não eram mais do que marcas que ficaram gravadas nas paredes ou mesmo no solo após as explosões, provocadas pela radiação térmica das explosões que, ao ser bloqueada por um objecto ou por uma pessoa, imprimiu uma marca. Uma sombra. O registo fantasmagóricos de algo que desapareceu assim que as bombas Little Boy e Fat Man atingiram os seus alvos. Inspirado por estas sombras, Kato passou algum tempo a registar sombras em ambas cidades japonesas, para um projecto pessoal no qual procura “homenagear as vítimas e os actuais habitantes”. Encontrou cidades cheias de vitalidade e surpreendeu-se com o vasto número de turistas. Mas não só. “Setenta anos depois da tragédia, como é que a luz do sol irrompe por estas cidades? A tragédia não terminou”, resume o fotojornalista. Cerca de 180 mil pessoas sobreviveram aos ataques e a média de idades desses sobreviventes chegou este ano aos 80. “Para muitos deles ainda é difícil falar destes acontecimentos mas há muitas pessoas determinadas a transmitir estas experiências às novas gerações”, resume Kato. E conclui: “Para que esta tragédia não se repita, não devemos esquecer nunca aquilo que aconteceu em Hiroxima e Nagasaki – por mais tempo que passe.”