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O que fica na terra de ninguém

Fotografias, listas de nomes e pedidos de asilo são descartados pelos refugiados ao longo de um caminho, na fronteira entre a Grécia e a Macedónia. Em cada país que entram, é necessário confirmar a sua identidade e emitir novos documentos.

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“Os documentos não determinam quem uma pessoa é mas para onde é que ela pode ir. Quando se entra num campo de refugiados, não é preciso muito tempo para perceber que a única coisa que importa são os documentos", afirma o fotógrafo siciliano Eugenio Grosso. "A nacionalidade é a grande diferença entre a liberdade e a prisão". Os refugiados que entram na Europa acabam por experienciar uma viagem esgotante, de desespero, tudo por causa dos seus passaportes. Os refugiados autorizados a sair da Grécia e a entrar na Macedónia têm de passar por um trilho, no meio dos campos. Todos os dias, ao longo do caminho, os documentos temporários gregos são atirados para o chão, juntamente com listas de nomes, mapas e pedidos de asilo. Após a saída de um país, os refugiados voltam a ser considerados clandestinos e é necessário emitir de imediato novos documentos. As suas identidades têm de ser confirmadas várias vezes em todos os países que entram. Na série de imagens Papers, Eugenio Grosso fotografou os documentos que os refugiados deixam para trás, "na terra de ninguém, antes da próxima identificação".