Astrofísica

Dezasseis fotografias na despedida de Cassini

A sonda da NASA que nos aproximou de Saturno e das suas luas vai mergulhar no planeta na sexta-feira.

Em primeiro plano, Saturno e os seu anéis. Ao longe, assinalada por uma seta, a Terra. A imagem foi obtida pela Cassini, a 19 de Julho de 2013, e ganha especial relevo na semana em que a sonda mergulha no planeta gigante e nós despedimos-nos dela JPL/NASA
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Em primeiro plano, Saturno e os seu anéis. Ao longe, assinalada por uma seta, a Terra. A imagem foi obtida pela Cassini, a 19 de Julho de 2013, e ganha especial relevo na semana em que a sonda mergulha no planeta gigante e nós despedimos-nos dela JPL/NASA

A Cassini encontrou-se com Saturno a 1 de Julho de 2004, quando a sonda da NASA ainda levava consigo a Huygens (que haveria de se separar no dia de Natal desse ano, aterrando em Titã em Janeiro de 2005). Nos 13 anos seguintes, os instrumentos da Cassini estudaram aquele sistema planetário, recolhendo dados sobre Saturno, os seus anéis e as suas luas.

Alguns dos dados que chegaram à Terra traduziram-se em fotografias fascinantes. A superfície gelada de Encelado, a atmosfera amarela de Titã, a cratera de Mimas, os anéis geométricos de Saturno e a atmosfera misteriosa do planeta revelam uma complexidade que os cientistas continuam a tentar compreender.

Entretanto, a missão está a chegar ao fim. Esta sexta-feira será o momento derradeiro. Às 11h31, a sonda vai mergulhar na atmosfera de Saturno e deixará de emitir sinais, os últimos chegarão à Terra 86 minutos depois. “Será como um eco”, explica Earl Maize, responsável pela missão do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, em Pasadena, na Califórnia. “A informação vai irradiar pelo sistema solar durante mais de hora e meia após a Cassini ter ido.”

Depois, será o silêncio. Mas ficarão as imagens e a informação que a Cassini nos ofereceu: uma janela perene para aquele sistema planetário distante, enquanto a humanidade não enviar uma nova sonda até lá. Nicolau Ferreira

Titã, com 5150 quilómetros de diâmetro, passa à frente de Saturno (2012)
Titã, com 5150 quilómetros de diâmetro, passa à frente de Saturno (2012) JPL/NASA
Com apenas 1060 quilómetros de diâmetro, Tétis é um ponto pequeno à frente do planeta gigante (2012)
Com apenas 1060 quilómetros de diâmetro, Tétis é um ponto pequeno à frente do planeta gigante (2012) JPL/NASA
Os anéis C (mais à esquerda) e B de Saturno, numa imagem obtida a 30 de Junho de 2004, um dia antes de a sonda chegar ao planeta
Os anéis C (mais à esquerda) e B de Saturno, numa imagem obtida a 30 de Junho de 2004, um dia antes de a sonda chegar ao planeta JPL/NASA
Um mosaico de imagens do Norte de Titã feito a partir de fotografias obtidas entre 2004 e 2013
Um mosaico de imagens do Norte de Titã feito a partir de fotografias obtidas entre 2004 e 2013 JPL/NASA
A cratera gigante Herschel não passa despercebida na topografia da lua Mimas (2016)
A cratera gigante Herschel não passa despercebida na topografia da lua Mimas (2016) JPL/NASA
Os dois lados de Titã (2017)
Os dois lados de Titã (2017) JPL/NASA
Nuvens no Norte de Saturno, as cores são artificiais (2016)
Nuvens no Norte de Saturno, as cores são artificiais (2016) JPL/NASA
A lua gelada Encelado, numa imagem obtida em 2015
A lua gelada Encelado, numa imagem obtida em 2015 JPL/NASA
O Pólo Norte de Encelado, com crateras e fracturas (2015)
O Pólo Norte de Encelado, com crateras e fracturas (2015) JPL/NASA
Imagens do Norte de Saturno obtidas com filtros diferentes (2016)
Imagens do Norte de Saturno obtidas com filtros diferentes (2016) JPL/NASA
O vermelho, o laranja e o verde são cores falsas da atmosfera saturniana que destacam os vestígios de uma enorme tempestade que passou pelo planeta em 2010 e 2011 (2012)
O vermelho, o laranja e o verde são cores falsas da atmosfera saturniana que destacam os vestígios de uma enorme tempestade que passou pelo planeta em 2010 e 2011 (2012) JPL/NASA
As cores são artificiais, mas o fenómeno não deixa de ser espectacular. No Pólo Norte de Saturno há uma tempestade hexagonal. O olho da tempestade tem um diâmetro de 2000 quilómetros. Os ventos viajam ali a 530 quilómetros por hora (2012)
As cores são artificiais, mas o fenómeno não deixa de ser espectacular. No Pólo Norte de Saturno há uma tempestade hexagonal. O olho da tempestade tem um diâmetro de 2000 quilómetros. Os ventos viajam ali a 530 quilómetros por hora (2012) JPL/NASA
Duas luas de Saturno: Pandora e Mimas, a última com a sua enorme cratera reconhecível. Em primeiro plano, os anéis do planeta (2013)
Duas luas de Saturno: Pandora e Mimas, a última com a sua enorme cratera reconhecível. Em primeiro plano, os anéis do planeta (2013) JPL/NASA
Saturno, numa imagem obtida pela Cassini em 2013
Saturno, numa imagem obtida pela Cassini em 2013 JPL/NASA
A 19 de Julho de 2013, no mesmo dia em que a Cassini fotografou a Terra, um desafio lançado pela NASA pôs 1400 pessoas de 40 países a partilharem fotografias suas. A NASA reuniu essas fotografias numa imagem composta que recria a Terra. É uma forma de dizer adeus
A 19 de Julho de 2013, no mesmo dia em que a Cassini fotografou a Terra, um desafio lançado pela NASA pôs 1400 pessoas de 40 países a partilharem fotografias suas. A NASA reuniu essas fotografias numa imagem composta que recria a Terra. É uma forma de dizer adeus JPL/NASA