Ucrânia

À caça de lobos à beira de Tchernobil

Reuters/VASILY FEDOSENKO
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Vladimir Krivenchik não gosta de caçar lobos durante todo o ano. No Verão, quando a pele destes animais está menos espessa, Krivenchik sente-se mal quando eles são apanhados pelas suas armadilhas. Por isso, só quando o Inverno chega e a neve começa a cair é que decide instalar as estruturas.

Este caçador, que trabalha também como segurança num armazém, vive com a mulher nos limites da zona de exclusão de Tchernobil – uma área de cerca de 2600 quilómetros quadrados localizada em redor do local do desastre nuclear de 1986, na fronteira entre a Ucrânia e a Bielorrússia.

Com a ressurgente população de lobos na região a representar uma ameaça para o gado nas redondezas, os proprietários locais pagam a caçadores como Krivenchik uma taxa fixa por cada lobo morto. Para além dos 150 rublos bielorrussos (cerca de 75 euros), os caçadores podem vender as peles dos animais separadamente.

Normalmente, o valor que Vladimir Krivenchik junta com esta actividade representa cerca de três quartos do seu seu salário mensal como segurança.

Todas as manhãs, durante o Inverno, verifica se as armadilhas estão a funcionar correctamente e, caso estejam vazias, desloca-as para outro local. Quando um lobo é apanhado numa delas, ele mata-o e leva-o para casa para lhe retirar a pele.

Segundo Krivenchik nenhuma parte do animal é desperdiçada. O coração, os ossos do fémur e outras partes são vendidas para serem utilizadas na medicina tradicional.

Na parte bielorrussa da zona de exclusão o número de lobos é sete vezes maior do que noutras áreas não contaminadas na região, detalhou um estudo publicado em 2015 pela revista científica Current Biology. Segundo dados oficiais, cerca de 1700 lobos foram caçados durante o ano de 2016.

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