Caravaggio está em todas as paredes desta exposição, mas aqui não há um único quadro do pintor italiano - pelo menos, no sentido material do termo. A sua célebre Medusa, que na realidade tem 60 centímetros de largura, aparece ampliada em várias escalas, interpelando os visitantes da “Caravaggio Experience”. A exposição, que pode ser vista no Pallazzo delle Esposizioni, em Roma, procura transportar o visitante para uma experiência imersiva, que inclui música e perfumes. O criador da exposição, Stefano Fomasi, da empresa The Fake Factory, definiu a exposição ao jornal El Mundo como uma “instalação espectáculo” ou uma “experiência sensorial”. Uma exposição que aponta o seu alvo aos públicos jovens, que “estão habituados à televisão e aos smartphones” e a quem “a arte convencional parece demasiado estática”.

Claudio Strinati, historiador de Arte e especialista em Caravaggio que foi consultor para a exposição, refere que a técnica de arrancar as personagens dos quadros originais de Caravaggio e projectá-las desta forma pode até ajudar alguns historiadores nas suas investigações. “Caravaggio era um pintor de pessoas, de personagens. Esta ampliação funciona como se os estivéssemos a focar com uma lupa”, refere. “As imagens revelam-se como aparições, personagens que vêm de um mundo distante e chegam ao nosso espaço”, afirmou à agência Reuters.