Saídas da Lusa poupam 800 mil euros em 2013 mas administração quer mais

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O corte previsto pelo Governo é superior a 30% Foto: Filipe Arruda

As 21 saídas de trabalhadores da Agência Lusa que já se verificaram vão permitir uma poupança salarial superior a 800 mil euros em 2013, disse na terça-feira o presidente da administração aos delegados sindicais.

Em reunião com representantes dos sindicatos dos Jornalistas, dos Trabalhadores de Escritório e dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Afonso Camões afirmou que esta poupança é insuficiente para fazer face às consequências do corte pretendido pelo Governo de quase 31% nas verbas do contrato programa.

Em consequência, propôs a redução de uma hora de trabalho diária, com correspondente redução de remuneração, o que significaria uma poupança salarial anual de 900 mil euros, acrescentando que a empresa pretende também poupar cerca de 220 mil euros nas despesas correntes em 2013.

Afonso Camões disse ainda que pretende a diminuição dos correspondentes e colaboradores e que é dever da agência garantir a cobertura noticiosa ajustando a rede onde for de ajustar, operação que remeteu para a Direcção de Informação. Neste ajuste, Afonso Camões argumentou que a agência apenas pode sacrificar a quantidade de notícias, não a qualidade das mesmas. Confrontado com a possibilidade de reduzir as viaturas atribuídas para uso pessoal de quadros da empresa, rejeitou tal eventualidade, por serem consideradas remuneração.

Lamentando a perda de receitas pela Lusa no mercado tradicional de media, que quantificou em 8% em 2012, o presidente da administração disse ainda que a dívida de clientes ronda os 800 mil euros.

Os sindicatos, por sua parte, consideraram que é prematuro e não faz sentido estar a avançar com propostas para compensar perdas de receita para a Lusa que não estão aprovadas, já que o Orçamento do Estado para 2013 não foi ainda aprovado.

Além disso, muitos responsáveis da área política da coligação no poder já manifestaram preocupação com o corte de verbas à Lusa, como, por todos, ex-presidentes do PSD e do CDS, respectivamente Luís Marques Mendes e José Ribeiro e Castro.

Os sindicatos sublinharam ainda que a proposta de redução salarial só pode ser apresentada no âmbito de um programa de reestruturação geral da empresa e tem de ser devidamente fundamentada, com disponibilização de todos os elementos de natureza contabilística e financeira que alegadamente a fundamentariam.

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